Um helicóptero decolou de Santos (SP) no último domingo (27), levando para São Paulo um novo coração para Faustão.

Segundo informações nesta terça-feira (29), apuradas inicialmente pelo site Notícias de TV, o possível doador do órgão foi o pedreiro Fábio Cordeiro da Silva, 35 anos, um azulejista que passou mal no serviço na última quarta-feira (23), sofreu um AVC entre os rejuntes, e só foi encontrado no dia seguinte por sua equipe de trabalho, consciente, mas com uma parte do lado direito do corpo paralisado. Levado para a Casa de Saúde de Santos, ele passou por uma cirurgia, teve morte cerebral no sábado, e os órgãos doados pela família.

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Segundo os sites, embora a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo não confirme a informação, tudo leva a crer que o doador seja mesmo Fábio, já que o coração recebido por Faustão partiu justamente de Santos no domingo (27), de helicóptero. O Hospital Albert Einstein foi acionado pela Central de Transplantes na madrugada de domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”. A cirurgia de Faustão, realizada na tarde de domingo, durou cerca de 2h30.

HERÓIS ANÔNIMOS

Enquanto não se confirma o nome do doador, ficam as elucubrações em torno da história e as ligações que unem pacientes que sobrevivem graças a um novo órgão recebido e os doadores que podem ser considerados verdadeiros heróis anônimos.

Faustão comandou por décadas um programa aos domingos, Fábio era de Mongaguá, na Baixada Santista, conhecido como Esquerdinha, porque jogava do lado esquerdo, se alegrava com o futebol de várzea, além de ter passado por vários clubes de futebol amador. Jogar bola era seu sonho quando largava as ferramentas e os sacos de cimento.

Sob este ponto de vista, a vida propicia encontros impressionantes, como pode ter sido o desse homem simples com um dos apresentadores mais famosos do País.

Até sua morte, o doador - seja quem for - nunca deve ter imaginado que um dia seu coração bateria no peito daquele apresentador visto tantas vezes na televisão. Por uma dessas incríveis casualidades, um pedreiro pode ter sido o salvador de Faustão, com a urgência do passe de quem procura um gol.

Se o nome do doador for confirmado, as histórias do pedreiro e do apresentador ganham a intimidade grandiosa que é a de ter um coração compartilhado, um coração que sai de um peito para bater em outro. Ainda hoje, depois de décadas de transplantes, é fascinante ver a técnica, a engenhosidade, a precisão, a delicadeza de se abrir e colar artérias para que um ser humano renasça.

No último domingo Faustão renasceu, ele já não poderia ficar muito tempo dependendo dos recursos médicos que tinha à disposição. Seu tempo era curto, precisava de um novo coração que chegou como doação de alguém que certamente ele nunca viu. Esses milagres apontam as conexões que aproximam pessoas que nem se conheciam, quando a morte de um representa a vida de outro, formando o elo da perenidade sendo carregada para uma nova casa de veias, músculos e emoções.