O público excessivamente numeroso que compareceu anteontem ao Teatro Marista, em Londrina, para assistir à ''Ópera do Malando'', teve que se dividir em duas sessões, já que na primeira os 900 lugares foram insuficientes para todos. Parte do público ficou para fora do teatro e reclamou de ter de esperar. A sessão extra começou por volta das 22h30.
A diretora pedagógica do 22º Festival de Música de Londrina, Magali Kleber, explicou ontem à Folha que a organização não colocou à venda um número de ingressos maior que a capacidade do teatro. No entanto, os espetáculos são gratuitos para os alunos do evento, o que gerou o excesso de público. ''O número de alunos inscritos é recorde: foram 1.280. De acordo com a política de acesso do festival, os concertos são gratuitos para os participantes. Disponibilizamos 400 entradas para os alunos e o restante foi colocado à venda'', diz. Os ingressos deveriam ser retirados até às 20 horas, mediante a apresentação de crachá.
No entanto, o número de alunos também foi superior ao estimado pela organização. ''Alguns tinham apresentações, chegaram depois e acabaram ficando para fora. Isso também ocorreu com algumas pessoas do público em geral'', diz.
Magali Kleber salienta que essa é a primeira vez que uma apresentação do Festival de Música tem um fluxo de público tão grande. ''Nem a abertura do evento, com entrada franca, teve essa procura''. Ela observa que a montagem do musical também não contou com grandes estrelas no elenco, mas obteve seu mérito justamente com a performance dos alunos. ''Para nós foi uma surpresa e mostra que as pessoas estão reconhecendo o trabalho pedagógico do festival nas apresentações artísticas''.
A organização do evento reconhece ter enfrentado um problema difícil de equacionar. ''Talvez pudéssemos ter agilizado antes a segunda sessão. Lamentamos o ocorrido já que uma das prerrogativas da organização é o respeito ao público''.