Somos todos operários, mas uma vez na vida passamos a ser patrão, ou seja, ter o domínio sobre o nosso destino. A peça ‘‘Operário Patrão’’ trata de arquétipos fortes, como o amor e a fome, usando como elemento básico a vida operária. A peça entra em cartaz dia 10 de outubro no Mini Auditório do Teatro Guaíra e será apresentada até o dia 14 de novembro, às sextas-feiras e sábados, às 23h45.
De acordo com o diretor e ator Mauro Zanatta, ‘‘Operário Patrão’’ é a extração de um momento de reflexão no cotidiano de dois operários brasileiros. Na peça, Alfredo e Doca têm como único objetivo na vida ‘‘tentar existir’’, sem deixar de cumprir suas tarefas diárias.
Eles constatam que a grande realidade é que todo mundo tem um patrão, ou vários patrões. Alfredo acha que ainda há uma esperança na vida dos operários. Doca, por sua vez, é de opinião de que tudo está perdido. O único caminho, para ele, é sentar-se num bar e entregar-se à bebida.
Num bate-papo informal enquanto comem um frango com farofa, Doca e Alfredo refletem sobre suas vidas e o que fazer de sua existência. Num momento de exaltação, Doca propõe a retomada da luta armada, o que é veementemente retrucado por Alfredo.
Usando a linguagem cômica de clown, os dois passam por várias situações que acabam justificando suas existências e coloca-os num único caminho possível: o caminho do conhecimento.
Os atores Mauro Zanatta e Richard Rebelo estão trabalhando juntos desde 1996 com a apresentação do espetáculos de rua ‘‘Silêncio, Estamos Trabalhanho’’. A peça teve sua estréia em Curitiba, na Rua XV, no dia 16 de março de 96, e desde lá vêm se apresentando em praça pública e em festivais de teatro de vários estados.
No mesmo ano os dois atores receberam o prêmio de Melhor Ator no Festival Nacional de Teatro Iznard Azevedo em Florianópolis e em 1997 fez grande sucesso no Filo de Londrina.
A produção da peça é de Jewan Antunes; o roteiro, de Aleksei Wrobel Abib; a programação visual, do Bureau de Vez e o apoio do Banestado.Mauro FrassonOs atores Mauro Zanatta e Richard Rebelo são Alfredo e Doca, que debatem a existência sob pontos de vista diferentesElisa Marilia Carneiro