A partir desta quarta-feira (14), o Paraná volta a ocupar plenamente um lugar de destaque no mapa dos festivais de cinema do país. O longa metragem “Casa de Izabel”, de Gil Baroni, é o filme paranaense que abre oficialmente o 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O evento deste ano retoma a principal característica que o diferencia e que o transformou na mais instigante entre as demais mostras cinematográficas do calendário brasileiro: a atração não só pelo novo, mas principalmente pelo risco, pela provocação, pela garra desafiadora quanto aos formatos, linguagens e temáticas dos filmes brasileiros e estrangeiros selecionados.

Até o dia 22, o público vai conferir uma seleção inédita de títulos, de curta e longa metragem, programados para as salas do Cine Passeio e do complexo Cineplex Novo Batel. Para a abertura, o palco escolhido foi a Ópera de Arame, um dos mais expressivos símbolos da capital. É a primeira vez que uma produção paranaense abre o festival, e a estimativa é que mais de mil espectadores estejam presentes a esta estreia. Os ingressos, online ou nas bilheterias, custam 14,00 e 7,00.

Mas o público não deve se resumir somente a uma ampla plateia presencial – com certeza a mais numerosa neste segundo anos pós pandemia. Apesar da celebração de novos tempos culturais no país ser a principal bandeira da cinefilia que deve lotar as salas, para os espectadores do resto do país, o festival preparou exibições on-line através de uma parceria firmada com o Itaú Cultural Play, tendo em vista a importância da descentralização e reforçando um dos maiores objetivos do Olhar de Cinema: a exibição de filmes que as pessoas não poderiam ver em salas comerciais.

Assim, vários curtas brasileiros estarão disponíveis gratuitamente na plataforma. A explicação é de Antonio Gonçalves Jr., diretor artístico do festival: "Essa é uma das coisas herdadas da importância do híbrido, da importância do online. E é importante estarmos presentes nas salas de cinema, sim, porque a gente surgiu como festival para isso, mas também para ter essas outras janelas para os filmes que aqui passam", destaca Antonio Gonçalves Jr., diretor artístico do festival.

Quase 90 filmes, entre curtas e longas, foram selecionados pela comissão formada por nove curadores. Estarão disponíveis para que o público tenha a chance de conhecer filmes nacionais e internacionais com propostas arrojadas, tanto em relação à forma como à temática. Por outro lado, referencias que marcaram época e ainda são modelos e guias estarão nas mostras Olhares Clássicos e Olhar Retrospectivo, que este ano homenageia o diretor David Cronenberg com a reposição de sete títulos capitais de sua filmografia.

Dois curtas metragens de realizadores londrinenses participam da mostra competitiva Olhar Paranaense. Rodrigo Grota escreveu e dirigiu “Blackout”, de 15 minutos, sua primeira incursão no ilimitado território da ficção científica, mas não somente. E estreando na direção, Roberta Takamatsu assina roteiro e direção de “Pés que Sangram”, já exibido no início do ano no Festival de Tiradentes.

*O site oficial do festival é www.olhardecinema.com.br

* O jornalista Carlos Eduardo Lourenço Jorge está em Curitiba a convite do Festival.