Até no interior de tendas de beduínos – que o turista vai encontrar em caravanas pelo deserto – a arte islâmica está presente. Aproveitando as lãs de carneiros os beduínos tecem tapetes multicoloridos, que decoram as laterais da tenda e o chão. Sobre os tapetes, é preciso fazer uma consideração: acocorados em cima deles, os beduínos fazem as refeições, oram e até dormem. Naturalmente, tudo isso é feito exclusivamente pelos nômades do deserto. Vale falar um pouco sobre o ritual do chá e café. Eles dedicam horas a sorver goles dessas bebidas, ingeridas sem açúcar, vendidas até na beira da estrada. A figura do vendedor de chá é antológica: a vestimenta e o recipiente que os vendedores trazem nas costas valem um filme fotográfico inteiro. O café é diferente do que se conhece no Ocidente, até mesmo os bules são sui generis. Com um cheiro bom de erva, o café é bebido sem coar. Conversa vai e vem, os árabes brincam de videntes, ao tentar adivinhar os desenhos que se formam no fundo das xícaras.
Além da tapeçaria, os objetos de arte são um deslumbramento. Dificilmente o turista ocidental vai conseguir evitar o ímpeto de entrar nas lojas e comprar quilos de mercadorias. Os bazares árabes são como as malas de mascate: têm de tudo. Aliás, quando os árabes desembarcaram no Brasil como imigrantes, ficaram conhecidos como mascates e pelo hábito imbatível de negociar.
Chamados de souk, os bazares expõem os objetos quase na calçada. Muito bronze, cobre, prata e ouro de quilate inferior, os objetos exprimem a arte islâmica. Defumadores, lustres, tachos, narguilés (espécie de cachimbo tamanho grande), incrustados de pedrarias, ou ainda de esmalte e faiança vão encantar o turista. As lâmpadas, aquelas mesmo, que estão no imaginário de todos, são insuperáveis nas vendas. Não há quem deixe de adquirir uma.
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