O Oscar e o sonho americano: um caso recorrente

Os americanos têm uma filosofia para tudo. A famosa frase "o sonho americano" basicamente se refere a encontrar uma oportunidade de prosperar socialmente, medindo o sucesso em termos econômicos, embora não represente necessariamente apenas isso.

Quando se trata de estimular as pessoas com possibilidades e promessas dos EUA, fogos de artifício e patriotismo são apenas uma pequena amostra que lembra a muitos aquilo que sonham para conseguir uma vida melhor, em um país onde a liberdade permite possibilidades sem precedentes.

Então, o que está por trás da frase “o sonho americano”? É apenas um conceito, uma utopia ou uma realidade? O que se entende por sonho americano pode variar de pessoa para pessoa. Ou de filme para filme. Ou de contexto para contexto. Para além de todas as arestas que o famoso “american dream” pode conter, a verdade é que o cinema sempre foi o principal cavalo de batalha – artística, no caso – para manter viva a mensagem de uma terra de esperança, onde a perseverança ou aquele golpe de sorte que muda a vida permite cumprir qualquer tipo de sonho.

Como na própria vida, o sonho americano tornou-se uma tradição cinematográfica. Os filmes têm uma forma de catalogar os anos e mostrar como as pessoas viviam em determinada época. Para muitos ao longo do tempo, o tal sonho foi uma meta inatingível que levou muitos à riqueza e à felicidade. No entanto, na verdade o sonho americano significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Para um indivíduo, pode significar sucesso no amor. Para outro, riqueza para além da imaginação, e para outros pode simplesmente ser a liberdade de viver a vida sem os limites da sociedade e suas regras.

Alguns estão em busca de fama e fortuna, esperando ter sucesso nos negócios, entretenimento, política ou inovação, outros querem criar suas famílias e viver suas vidas com conforto, e outros esperam escapar de vidas de violência, pobreza, fome e perseguição. Para eles, os Estados Unidos representam o novo mundo, um mundo livre de limitações sociais e perseguições. Isso foi retratado em diversas ocasiões através do cinema.

Hollywood sabe muito sobre isso, e parece não haver melhor exemplo quando se trata de grandes filmes sobre o tema, alguns mais antigos como “Cidadão Kane” ou “A Felicidade Não se Compra”, outros mais recentes como “Beleza Americana” ou “Little Miss Sunshine”. E outros disponíveis agora, em exibição e à espera de prêmios como o Oscar deste ano: “King Richard – Criando Campeãs”, “CODA”, “O Beco do Pesadelo”, “West Side Story”. Mas isso é conversa para a coluna da próxima semana.

Em tempo. Faltando dez dias para a cerimônia de entrega do Oscar, o último candidato à estatueta de melhor filme pode ser visto em Londrina a partir desta quinta-feira (17) , em uma única sessão diária no Multiplex Aurora Shopping): “Drive

My Car”, drama japonês de Ryusuke Hamagushi, baseado em contos de Haruki Murakami.