Norton Morozowicz: "O Festival é uma semente que gerou frutos espalhados por todo o mundo, formou gerações de músicos e artistas"
Norton Morozowicz: "O Festival é uma semente que gerou frutos espalhados por todo o mundo, formou gerações de músicos e artistas" | Foto: Divulgação

O maestro Norton Morozowicz, paranaense que vive atualmente em Curitiba ao lado da professora e pianista Glacy Antunes, tem uma relação intrínseca com Londrina. Segundo ele, foi “amor à primeira vista”, no momento em que desembarcou na terra vermelha para uma apresentação do Duo Morozowicz formado por Norton e o irmão Henrique de Curitiba, durante o jubileu do Conservatório Musical de Londrina.

“Assim que cheguei imediatamente me apaixonei pela exuberância da cidade, aquele dia azul e a simpatia das pessoas com quem convivi durante minha estada em Londrina. Pude assistir à alta qualidade da apresentação do Coral do maestro Othonio Benvenuto. Muita admiração, e esse sentimento ficou guardado comigo”, relembra em entrevista à assessoria de imprensa do Festival.

Tempos depois, o governador Ney Braga criaria Secretaria de Estado da Cultura e o titular da pasta, Luiz Roberto Soares, iniciava os preparativos do 1º Festival de Música Barroca de Antonina, sob a coordenação de Morozowicz, que na época morava no Rio de Janeiro e atuava como flautista na Orquestra Sinfônica Brasileira. Por problemas técnicos, o festival não ocorreu na cidade litorânea.

Ainda encantado com a terra fértil no norte do Estado, o maestro rapidamente sugeriu que o evento fosse realizado em Londrina. “Começamos as primeiras reuniões com a presença do maestro Othonio Benvenuto, a professora Walkíria Ferraz e Marco Antonio Fiori, na época, diretor da Casa de Cultura da UEL. Essas pessoas formaram comigo, os pilares do evento. Finalmente em 27 de julho de 1979 realizamos o 1º Festival de Música Barroca de Londrina com excelente público e repercussão.”

Norton Morozowicz, que esteve à frente do Festival em diferentes momentos, revela que o grande legado do evento de Londrina é o seu caráter democrático e formativo. “O formato do festival com os seus eixos artístico e pedagógico, atingem o grande público sem distinção de idade, grupos sociais ou etnias. A sua proposta inovadora na diversidade de cursos e em todas as atividades oferecidas, faz cumprir a missão de proporcionar a todo e qualquer cidadão a oportunidade de participar do evento.”

Norton Morozowicz ressalta que após quatro décadas, o Festival já se tornou uma tradição não só para a cidade, mas para todo o país. “É uma semente que gerou frutos espalhados por todo o mundo, formou gerações de músicos e artistas, além da criação da Orquestra Sinfônica e do curso de Música, ambos da Universidade Estadual de Londrina. Estamos vivendo uma fase difícil agravada pela pandemia. Temos que ser criativos, criar parcerias, se reinventar, resistir e não deixar a cultura morrer.”

Ao refletir sobre a perenidade do Festival ao longo desta intensa trajetória, Norton Morozowicz comenta sobre as centenas de programas, CDs gravados, intercâmbios com universidades e a missão de divulgação da música brasileira. “Quando vejo que se passaram 40 anos e o festival segue com passos firmes, penso que acertei ao trazer o evento para a cidade de Londrina. Nessa terra fértil, o evento floresceu.

Serviço:

40º Festival Internacional de Música de Londrina

Encerramento neste sábado (12), às 20h30

Apresentações pelo canal do evento no YouTube com momentos do Kids Festival; Festival na Rua; Tangos de Gardel a Piazola e o Quarteto Ancestral, com chorinho “Nazareth na Terra do Café