O garoto que vendia jornal
Livro de Jean Carlo Caramanico explora as mudanças na comunicação e o impacto da tecnologia
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 09 de julho de 2024
Livro de Jean Carlo Caramanico explora as mudanças na comunicação e o impacto da tecnologia
Walkiria Vieira

Recém-lançada, a obra "O garoto que vendia jornal", de Jean Carlo Caramanico, Like Editora, 178 páginas, é um relato pessoal sobre as transformações na comunicação e seus reflexos - e sobretudo sobre a experiência do profissional.
O jeito de se comunicar mudou. O mundo mudou. As transformações seguem e exigem discernimento e atualização. A ideia de escrever o livro, de acordo com o prefácio assinado pelo publicitário Spartaco Puccia Filho, é anterior ao impacto da acessibilidade das pessoas aos recursos de inteligência artificial.
E escreve: "Já estava preocupando o Jean Carlo, como a tecnologia estava impactando positivamente e também negativamente ao desenvolvimento da criatividade".
E explica: "Como gestor, por inúmeras vezes ele percebeu profissionais que ficavam inertes diante de algumas demandas. Por um lado, por limitação de experimentações anteriores que pudessem encorajá-lo a seguir com algumas alternativas e por outro lado que a tecnologia acessível permitiria um auxílio naquele momento, mas por tanta oferta, ele simplesmente não conseguia optar por uma caminho", escreve o publicitário.
Graduado em Biblioteconomia, Caramanico é especializado em Brand Exclellence, Propaganda e Marketing, possui MBA em Inteligência Artificial e atua como mentor e palestrante.
Trabalhou na Folha de Londrina de 1993 a 1996. Ingressou como contato publicitário aos 21 anos, incorporou a responsabilidade sobre a vendas avulsas - que é toda aquela que difere da assinatura - e também passou a atuar na área de marketing do periódico.
A obra apresenta sua trajetória no veículo de comunicação, o relacionamento com parceiros e seu dinamismo- mesmo sendo uma pessoa jovem. Relata como o jornal impresso era parte da rotina de milhares de pessoas que dependiam do que estava escrito no jornal para se informar.
Vale destacar que naquele período, para muitos, o hábito da leitura se somava ao café da manhã para sair de casa bem informado. Nos dias de hoje, há ainda leitores que conservam a tradição e, página após página, depositam também sua credibilidade no que está no jornal impresso.
Anúncio em jornal: venda certa
Para quem quisesse vender, os anúncios em jornal eram também certeiros, dada a credibilidade do produto, bem como o número expressivo de leitores e o público representado por eles. E essa fase áurea é também descrita pelo autor.
Embora "O garoto que vendia jornal" possa levar o leitor a pensar na figura de um menino a vender jornais nas ruas e a gritar "Extra, Extra!" para atrair a atenção dos transeuntes sobre as notícias que o jornal guardava, não foi assim.
O autor não atuou como gazeteiro. Sua atuação nas vendas passava pelo planejamento, estratégia e um plano de ação também na área de marketing da Folha de Londrina. Seu apreço pelo jornal e comprometimento iam ao encontro da máxima de que "Ninguém vende o que não compra" - e era o que fazia: vendia a Folha.
Descreve nas páginas uma era que ficou no passado e que incluía vendedores nos semáforos da cidade e muitas bancas de jornal em Londrina e região, além de pontos de distribuição estratégicos.
Seus escritos trazem informações sobre a criação do papel, os primeiros registros impressos na História, bem como o papel desbravador de João Milanez, fundador da Folha de Londrina, e seu legado na comunicação. "Esta obra não é apenas uma viagem ao passado, é uma exploração profunda do impacto incalculável da tecnologia em nossa criatividade e produtividade", é um dos convites à leitura.
Com uma proposta de integração, os QR Codes da obra direcionam o leitor a um conteúdo interativo. "Em meio às rotinas de um dos mais influentes jornais do Paraná, este jovem não apenas antecipou tendências, mas também contribuiu significativamente para o que viria a ser o futuro digital: desde a ideia inicial de um buscador na era pré-Google até a concepção do primeiro marketplace digital brasileiro" é um dos trechos.

SERVIÇO
"O garoto que vendia jornal", de Jean Carlo Caramanico
Saiba mais: https://www.amazon.com

