Os discursos, como não poderiam deixar de ser, foram de louvores ao evento. Felizmente foram rápidos já que a lotação completa do Cine-Teatro Ouro Verde, anteontem à noite, deixou claro que as pessoas lá presentes queriam prestar atenção mesmo ao discurso (na verdade um manifesto anárquico-pacifista) do escritor e filósofo norte-americano Henry Thoreau que a atriz Denise Stoklos usou como base no espetáculo ‘‘Desobediência Civil’’. Mas, queiram ou não, o ar solene de cerimônias de abertura se faz necessário principalmente num evento importante como o Filo.
E assim se fez. A mestre-de-cerimônias, um tanto quanto apreensiva, chamou ao todo 11 autoridades ao palco. Só três falaram. Visivelmente feliz, Nitis Jacon, diretora do Filo, foi a mais incisiva com as palavras. ‘‘O festival é de Londrina mas não podemos nos esquecer do desgaste físico e emocional que todos os anos temos para a liberação das verbas governamentais’’- criticou.
Em seguida, ela tornou pública uma carta remetida pela cúpula do Festival de Teatro de Curitiba saudando mais uma edição do Filo. ‘‘Nós, fazedores de cultural, temos que estar solidários sempre’’- frisou Nitis. Por sua vez, o reitor da Universidade Estadual de Londrina, Jackson Proença Testa, disse estar satisfeito pelo fato de a instituição também estar inserida nos eventos culturais da cidade. ‘‘O grau da civilidade de um povo se mede pela cultura’’- salientou. O discurso da Secretaria Municipal de Cultura, Angela Marçal, representando o prefeito Antonio Belinati, seguiu semelhante linha de raciocínio. Um fato que chamou a atenção foi o cerimonial não ter convidado Mônica Rischbieter, presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, a fazer uso da palavra. Ela veio a Londrina representando o Governo do Estado.
Entre palavras e farpas, flores. Para ser mais exato, um belo ramalhate entregue por Mari Torres, presidente da Rede de Promotores Culturais da América Latina e do Caribe (Rede) a Nitis Jacon em reconhecimento ao seu trabalho ‘‘magnífico’’ junto à organização.
Ao palco, foram chamadas as seguintes autoridades e convidados: Alcides de Carvalho, diretor da Casa de Cultura; Elza Correa, vereadora e representante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher; Mônica Rischbieter, representante do Governo do Estado; Jackson Proença Testa, reitor da UEL; Angela Marçal, Secretária Municipal de Cultura e representante da Prefeitura de Londrina; Beto Scaff, vereador representante da Câmara Municipal de Londrina; Mari Torres, presidente da Rede; Régis Tavares, representante da Sercomtel; Cláudio Rodrigues, presidente do grupo teatro Núcleo 1; e Lauro Zanetti, vice-presidente da OAB-Londrina.