A primeira mulher a quebrar a austeridade machista da Academia Paranaense de Letras, ocupando a cadeira 37, que ficara vaga com a morte de seu marido, o poeta parnasiano Dario Nogueira dos Santos, estaria completando hoje 100 anos. Pompília Lopes do Santos, nascida em Curitiba a 7 de agosto de 1900, faleceu em 1993.
Poeta e romancista, Pompília lançou diversos títulos, entre eles ‘‘Origens’’, ‘‘Abismo’’, ‘‘A Fila Triste’’, ‘‘Afinidade’’, além de participar da antologia Sesquicentenário da Poesia Paranaense. Seu lado literário caminhou lado a lado com o magistério. A profissão teve início em 1919, ao dar aulas em diversas escolas curitibanas; mas em 1928 ao assumir a cadeira de Francês e Literatura da Língua Francesa, no Ginásio José Bonifácio, em Paranaguá, tomou um caminho do qual jamais sairia. Mudando-se para a capital, lecionou Francês no Instituto de Educação do Paraná até aposentar-se do magistério em 1956.
De personalidade forte e marcante, Pompília Lopes dos Santos foi uma das fundadoras do Club Mozart, em 1915, que tinha a finalidade de divulgar a música erudita; em 1953 a União Pró-Temperança; em 1956 o Clube Soroptimista Internacional de Curitiba, sendo a sua primeira presidente. Em 1970 ajudou a criar duas instituições: a Sala do Poeta e a a Academia Feminina de Letras do Paraná, entidade que presidiu durante dez anos. Entre as homenagens recebidas constam os títulos de Vulto Emérito de Curitiba, concedido pela Câmara Municipal, e de Cidadã Benemérita do Paraná, honraria conferida pela Assembléia Legislativa do Estado.