Chega ao Curta! a série “A Ética do Silêncio” que, em cinco episódios, deseja trazer à tona o passado, a cultura e a identidade dos afrodescendentes, apagados de forma sistemática pela história oficial. Apresentada pelo próprio diretor, Joel Zito Araújo, a produção se utiliza dos recursos do gênero documental — com depoimentos de especialistas no tema — e de performances de atores e cenas de filmes que ajudam na narrativa.

O título da série é como Joel Zito e os entrevistados chamam esse apagamento, que propositalmente exclui a contribuição de negros e negras da historiografia. Esse sistema os transporta para um lugar subalterno e submisso — ou até mesmo invisível — no imaginário popular brasileiro. Por isso, há em “A Ética do Silêncio” a intenção de recuperar o protagonismo dos afrodescendentes e recontar a História sob nova perspectiva.

No primeiro episódio, a série fala de pessoas pretas que não eram escravizadas — ou que foram libertadas — e que realizaram grandes feitos no século XIX, como André Rebouças e Luís Gama. E ainda contesta a ideia de que a abolição da escravidão no Brasil foi uma condescendência da então família imperial, mais precisamente da Princesa Isabel, que ficou conhecida como “A redentora” por ter assinado a Lei Áurea.

“A ética do silêncio não apenas escondeu toda a resistência de pessoas escravizadas e de homens livres que, de fato, fizeram a abolição, como forjou novos estereótipos. Desse mito da dádiva da princesa, a abolição passou a ser construída no imaginário nacional como a obra da raça branca emancipadora em favor da raça negra emancipada”, explica Joel Zito.

“A Ética do Silêncio” também estará no Curta!On – Clube de Documentários, streaming disponível na Claro TV+ e no site oficial do CurtaOn. Novos assinantes do site têm sete dias de degustação gratuita. A estreia no Curta! é na Sexta da Sociedade, dia 17, 23h.

* Com assessoria de imprensa.