SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O músico Sérgio Ricardo, nome artístico de João Lutfi, morreu na manhã desta quinta-feira (23), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na zona sul da cidade, desde abril.

A causa da morte foi insuficiência cardíaca. Sérgio havia contraído a Covid-19, mas se curou da doença em maio. Mesmo assim, precisou continuar no hospital devido a complicações em sua saúde.

O enterro deve acontecer na tarde desta sexta, no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador.

Sérgio Ricardo nasceu em Marília, São Paulo. Filho de músicos, ingressou em um conservatório da cidade aos oito anos, para estudar piano. De lá, a família se mudou para a capital e, depois, para Santos. Em 1950, Sérgio partiu para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como locutor da Rádio Vera Cruz e continuou seus estudos.

Passou anos se apresentando como pianista em casas noturnas, até que, convidado para fazer um teste de ator, acabou sendo contratado pela TV Tupi. A partir de então Sérgio começou a se dividir entre a música e as telas, ganhando papéis em novelas e teleteatros.

Sua relação com o cinema começou logo em seguida. O mariliense trabalhou como ator, diretor, roteirista e compositor de filmes durante o cinema novo. Em sua filmografia estão títulos como "Esse Mundo é Meu" e "A Noite do Espantalho", de 1964 e 1974, respectivamente.

Seu último trabalho na área foi em 2018, quando dirigiu o longa "Bandeira de Retalhos", quebrando um hiato de 44 anos.

Mas foi por meio da música que Sérgio se tornou conhecido em todo o país. Integrante da bossa nova, fez fama com os festivais da década de 1960.

Uma das passagens mais lembradas de sua carreira aconteceu no Festival de Música Brasileira de 1967, quando interrompeu a apresentação de "Beto Bom de Bola" e quebrou seu violão no palco, ao som de vaias, lançando-o sobre a plateia.