Música contribui no âmbito fisiológico, cognitivo e social
Reconhecida universalmente, música tem papel primordial na formação do indivíduo desde o período gestacional
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 05 de maio de 2023
Reconhecida universalmente, música tem papel primordial na formação do indivíduo desde o período gestacional
Walkiria Vieira
O desenvolvimento humano exige investimento. Diferentes oportunidades contribuem para a formação de cada indivíduo e a arte tem um papel determinante. A música, por sua vez, com suas diferentes combinações de sons e ritmos é enriquecedora.
Sem distinção por um ou outro estilo, estudos aprofundados reconhecem que o papel da música e que a introdução e prática promovem melhorias de grande valia nos âmbitos fisiológico, cognitivos e sociais. Um aspecto relevante é o fato de crianças que têm contato com músicas se relacionam melhor com pessoas e estabelecem comunicação mais harmoniosa.
Pesquisas científicas também dão detalhes de como ouvir música na gravidez é vantajoso tanto para o bebê quanto para a mãe, pois cria conexão entre os dois, sem falar na tranquilidade e sensação de conforto. E não são só essas vantagens que a música traz. Após o nascimento, conforme estudo da Universidade de Helsinki, na Finlândia, deixar música perto do bebê aumenta a atividade cerebral da criança, estimula a audição e outros sentidos.
Estudo amplamente divulgado e publicado na Revista Neurociência pelo pesquisador Mauro Muszkat, indica que na fase inicial de desenvolvimento da criança, a música trabalha tanto a parte cognitiva quanto motora. O uso de instrumentos desenvolve a atenção, memória, orientação espacial e capacidade do pensamento.
Sobre a contribuição da música na vida de uma pessoa, em suas diferentes fases, a pianista e produtora cultural Irina Ratchev, enaltece a importância da prática. "Os benefícios são incontáveis, sendo que muitas culturas fazem essa introdução musical no seio familiar e de forma natural", observa.
Nos dias de hoje, a repercussão sobre o bem-estar que a música promove é reconhecida mundialmente e a cada dia vemos mais escolas se posicionarem sobre isso e não apenas com teorias, mas na prática. "Um exemplo em Londrina é a musicalização nas escolas municipais e os reflexos já são notados tanto na parte pedagógica das disciplinas da grade, como no comportamento dos alunos", comenta.
Considerado uma das dez maiores referências da neurocirurgia pediátrica do Brasil, com publicações científicas em renomadas revistas internacionais, Alexandre Canheu explica que a musicalização deve começar o mais cedo possível na vida da criança. "Todo aquele aprendizado de música cria um caminho neurológico na criança, como se fosse o aprendizado de uma outra linguagem”, explica o neurocirurgião pediátrico.
Canheu mora em Londrina, onde mantém uma clínica de especialidades pediátricas em sociedade com mais médicos. Na cidade, ele também coordena o ambulatório de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Universitário (HU).
Com propriedade, Canheu é mais do que um entusiasta da música e a prescreve enquanto ferramenta de estímulo e desenvolvimento para crianças. “A música cria caminhos no cérebro que a gente nem imagina. Isso dá autoestima sensacional para a criança, ela passa a se sentir mais confiante na vida. A recompensa é muito grande”, reflete o médico.
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