Instrumentistas, cantoras, compositoras, produtoras culturais e do campo audiovisual protagonizam, neste sábado (30), o 7º Encontro Nacional e Internacional de Mulheres na "Roda de Samba”. O evento, organizado por uma rede dedicada ao fortalecimento da presença das mulheres nos espaços da cultura popular, acontece simultaneamente às 17h (horário de Brasília), em 13 estados do Brasil e quatro outros países. No Paraná, haverá rodas em Londrina, Curitiba e Matinhos.

O evento é uma realização do movimento “Mulheres na Roda de Samba”, idealizado em 2018, pela cantora Dorina. Todo ano uma artista referência do samba é homenageada e, em 2024, o encontro é dedicado a duas delas: Áurea Martins, aos 84 anos, e Clementina de Jesus (in memoriam). A abertura de todas as rodas tem um repertório comum; em seguida, cada cidade dá continuidade ao show com uma seleção que privilegia a obra de sambistas como Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Beth Carvalho e Leci Brandão, com abertura para a apresentação de criações autorais das integrantes do movimento local, renovando a tradição do samba como uma cultura dinâmica.

Em Londrina, 30 mulheres participam do encontro, que terá lugar no novo pátio do Bar do Japa (Av. Duque de Caxias, 2.921). A festa abre às 16h, com couvert sugerido de R$15. As sambistas da cidade participam do movimento nacional e internacional desde sua primeira edição, quando as transmissões simultâneas ocorriam via Facebook. Atualmente, as rodas se relacionam pelo Instagram, em transmissões ao vivo e postagens colaborativas realizadas pelo perfil @mulheresnarodadesamba e o de cada coletivo – o londrinense está ativo em @bambasnosamba.

ARTICULAÇÃO

A articulação do movimento tem como objetivo valorizar a atuação profissional das mulheres no ambiente do samba, em suas múltiplas funções. Desde o incentivo à aquisição de autonomia no fazer musical, até a afirmação das mulheres nas funções de produção, comunicação, registro audiovisual e outros, a rede promove ao longo do ano a troca de informações, ações formativas e a articulação de intercâmbios artístico e culturais, seja presencialmente ou no ambiente virtual.

Neste ano, está confirmada a realização de rodas no Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Canoas), Santa Catarina (Florianópolis), Paraná (Curitiba, Londrina e Matinhos), São Paulo (capital e Sorocaba), Rio de Janeiro (capital, Maricá, Niterói e Volta Redonda), Minas Gerais (Belo Horizonte e Juiz de Fora), Goiás (Goiânia), Espírito Santo (Vitória), Bahia (Itacaré), Sergipe (Aracaju), Pernambuco (Recife) e Paraíba (João Pessoa), Pará (Belém), além da Argentina (Buenos Aires e La Plata), Holanda (Roterdã), Portugal (Lisboa) e Uruguai (Montevidéu).

Ensaio de Mulheres na Roda de Samba: evento acontece  no Bar do Japa, em Londrina, neste sábado (30); outros encontros serão realizados no Paraná
Ensaio de Mulheres na Roda de Samba: evento acontece no Bar do Japa, em Londrina, neste sábado (30); outros encontros serão realizados no Paraná | Foto: Luciano Pascoal/ Divulgação

HOMENAGEADAS

Áldima Pereira dos Santos nasceu em 1940 no bairro carioca de Campo Grande, na zona rural da cidade do Rio de Janeiro, e ganhou o nome artístico Áurea Martins nos anos 1960, quando era crooner da noite e começou a se apresentar na Rádio Nacional. Em 1969, ela venceu a terceira edição do concurso televisivo A grande chance foi defendendo a canção "Pela Rua", de Ribamar e Dolores Duran. A vitória rendeu à cantora um contrato com a TV Tupi e abriu caminho para uma viagem a Portugal, antes de retornar e gravar seu primeiro álbum, "O Amor em Paz" (1972).

Nos anos 2000 a carreira da cantora ganhou destaque com o CD "Áurea Martins" (2003) e o álbum "Até Sangrar" (2008). Em 2017, sua vida foi contada pela escritora Lúcia Neves no livro "Áurea Martins – A invisibilidade visível", lançado pela editora Folha Seca.

SALVE, CLEMENTINA

As rodas de mulheres reservam ainda espaço para reverenciar a partideira Clementina de Jesus (1901 – 1987), considerada uma das mais influentes cantoras da história do samba. Ela trabalhou como doméstica e lavadeira por mais de 20 anos, até poder desenvolver carreira artística a partir dos anos 1960, década em que protagonizou o icônico show Rosa de Ouro, representou o Brasil no Festival de Cannes, na França, e no Festival de Arte Negra, no Senegal.

Clementina gravou cinco discos solo e diversas participações. Sua memória está viva em homenagens como os enredos da escola carioca Tradição (2016) e da paulista Mocidade Alegre (2021), o livro biográfico "Quelé, A Voz da Cor", dos autores Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz (2017) e o documentário "Clementina", lançado pela Dona Rosa Filmes em 2018.

* Com assessoria de imprensa.

SERVIÇO:

Roda de mulheres em homenagem a Áurea Martins e Clementina

Eventos no Paraná, sábado (30), às, 16h

Curitiba: Praça João Cândido - São Francisco, gratuito

Londrina: Bar do Japa (Av. Duque de Caxias, 2921), couvert sugerido R$15

Matinhos: Espaço Cultural da Bah (Rua da Paz,89), gratuito

●Transmissões ao vivo pelos perfis de instagram em Curitiba @mulheresnosambacwb

Londrina @bambasnosamba e Matinhos @rodadasmanaspr