Escrito entre 1954 e 1955, o poema dramático "Morte e Vida Severina" é considerada a obra-prima de João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Trata-se de um auto de Natal de temática regionalista escrita pelo poeta que nasceu no Recife e transformou em poesia a miséria enfrentada pela maioria dos retirantes nordestinos.

O poema narra a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. No percurso, Severino encontra outros nordestinos na mesma situação, assiste a muitas mortes e chega a pensar em suicídio, jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro José, que fala do nascimento de seu filho. A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro.

Desde que foi publicado, o texto de João Cabral já foi adaptado como peça teatral, foi musicado por Chico Buarque, e gravado em disco. A obra também foi parcialmente adaptada ao cinema em 1977, por Zelito Viana com participação de, entre outros José Dumont no papel de Severino, Sebastião Vasconcelos como Mestre Carpina e Tânia Alves. Em 1981, virou um especial exibido pela Rede Globo com Elba Ramalho e José Dumont nos papeis principais.

Em Londrina, o poema ganhou uma releitura do Grupo Vocal Entre Nós que será apresentada dentro da programação especial que o Sesc Cadeião Cultural promove neste final de semana para celebrar o centenário de nascimento de João Cabral de Melo Neto. A encenação do espetáculo acontece neste domingo (26), às 17 horas. Ao todo são 18 cenas em que os 14 integrantes cantam em coro e solos, tocam instrumentos (melódicos, harmônicos e de percussão como rabeca, zabumba, caxixi, triângulo, agogô) e atuam narrando trechos do poeta pernambucano.

Serviço:

Espetáculo Morte e Vida Severina, com Grupo Vocal Entre Nós

Quando – Domingo (26), às 17 horas

Onde – Sesc Cadeião Cultural (R. Sergipe, 52)

Quanto – R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)