O arquiteto Paulo Mendes da Rocha
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha | Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

São Paulo - São Paulo -Considerado o mais brasileiro dos arquitetos internacionais, Paulo Mendes da Rocha morreu na madrugada de domingo (23), aos 92 anos. Ele tinha um câncer de pulmão e estava internado em São Paulo. Deixa a mulher, Helene, e os filhos Renata, Guilherme, Paulo, Pedro, Joana e Naná. Em atividade desde 1955, foi realmente descoberto pelo mundo quatro décadas mais tarde, quando as imagens da Pinacoteca do Estado e do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia) circularam em revistas estrangeiras. Desde então, o conjunto robusto que já construíra e as obras que viria a fazer passaram a atrair a atenção da crítica. Sucederam-se os prêmios e reconhecimentos; estudos começariam a surgir na Europa nos anos 2000 quando já contava 67 anos, Paulo Mendes — assim, pela forma abreviada, se referem a ele os arquitetos– não tinha obras construídas no exterior.

O caráter geograficamente restrito de sua obra não impediu que ele recebesse todos os principais prêmios arquitetônicos do mundo.Com a maior parte de sua obra concentrada em São Paulo, quase se poderia dizer que era o mais paulistano dos arquitetos brasileiros de alcance internacional. Mas era capixaba, nascido Paulo Archias Mendes da Rocha em Vitória, a 25 de outubro de 1928.

Em dois anos seguidos, recebeu o Mies van der Rohe de arquitetura latino-americana. O prêmio, dado pela fundação catalã que leva o nome do papa alemão arquiteto do racionalismo arquitetônico, reconheceu, em 1999, o projeto do MuBE e, em 2000, o da Pinacoteca de São Paulo. Em 2006, tornou-se o segundo arquiteto brasileiro — depois de Oscar Niemeyer, em 1988— a vencer o Pritzker, apelidado “Nobel a arquitetura”, embora nada tenha a ver com a Academia Sueca —é dado pela Fundação Hyatt, americana. Apenas em 2015 sairia do papel seu único projeto no exterior, a sede nova do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa. No ano seguinte, receberia o Leão de Ouro de Veneza e o Prêmio Imperial do Japão. Em 2017, seria a vez da medalha de ouro do Riba (Royal Institute of British Architects).

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