Gênero musical brasileiro que conquistou o mundo, a Bossa Nova nasceu na década de 1960, na sala de um apartamento com vista pro mar de Copacabana onde morava Nara Leão. O belíssimo cenário visto da janela do prédio construído na orla da praia mais famosa do mundo serviu de fonte de inspiração para várias composições que se tornaram standards da música mundial. Muitas imagens gravadas naquele espaço que marcou época podem ser vistas na série “O Canto Livre de Nara Leão”, lançada há algumas semanas pela plataforma Globoplay e centrada na trajetória da cantora que se tornou musa do movimento que reuniu João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, entre outros grandes nomes do cancioneiro nacional.

Alguns edifícios de Londrina também proporcionam vistas inspiradoras que deixam ainda mais notáveis a beleza de alguns cenários, incluindo o iluminado céu da "pequena Londres” que já foi homenageado por Arrigo Barnabé na música batizada com o nome da cidade. Prédios históricos construídos na região central na época em que o município era conhecido como a capital mundial do café se tornaram mirantes de onde podem ser observadas paisagens peculiares que fazem parte da cena "bossa nova" da cidade, aquela das décadas de 1950 e 1960.

Um exemplo é a visão privilegiada que os moradores do edifício Angélica têm de uma enorme peroba-rosa plantada no Bosque de Londrina e que conta através de seu tronco e seus galhos a história da cidade. Localizado na Galeria do Cine Vila Rica, na avenida Rio de Janeiro, o prédio residencial é um dos representantes do boom imobiliário que aconteceu entre as décadas de 1950 e 1960 e deu origem ao processo de verticalização das construções na cidade.

Símbolo vivo da história de Londrina, a copa da peroba centenária e monumental do Bosque vista a partir do Edifício Angélica
Símbolo vivo da história de Londrina, a copa da peroba centenária e monumental do Bosque vista a partir do Edifício Angélica | Foto: Gustavo Carneiro

Construído em 1966, na esquina da rua João Cândido com a Pio XII, o edifício Santa Mônica também reserva a seus moradores imagens panorâmicas da Alameda Miguel Blasi, tendo a Catedral como destaque. Já o edifício Panorama, construído no início da Avenida Paraná e inaugurado em 1968, proporciona uma ampla visão do Calçadão. O belo cenário é desfrutado por moradores do prédio residencial que possui algumas sacadas voltadas para o coreto que fica próximo ao Hotel Crystal. No mesmo Calçadão, o edifício Santo Antônio, considerado o primeiro arranha-céu de Londrina, brilha à noite como uma joia.

Alguns prédios icônicos construídos na era de ouro do café traziam um modelo arquitetônico típico da época, que era a junção de unidades habitacionais e comerciais no mesmo local. O mais famoso deles é o Condomínio Centro Comercial, inaugurado em 1959. A edificação é dividida em salas comerciais e três torres residenciais. No térreo, a portaria do residencial divide espaço com escritórios de advocacia, contabilidade, imobiliária, lojas de roupas, relojoarias, lanchonetes, sapatarias, barbearias, salas de costureiras e salões de beleza, entre outros estabelecimentos.

Belezas do céu londrinense

A beleza do céu de Londrina não encanta apenas quem reside nos prédios. O perfil do Instagram batizado de “Londrina e seus Céus Maravilhosos” reúne mais de 1,6 mil registros fotográficos dedicados ao tema e contabiliza 12 mil seguidores.

Na página da rede social é possível encontrar imagens que mostram céus com cores e formas variadas captadas em diversos pontos da cidade e em diferentes fases do ano. Cenas ensolaradas, de dias nublados, de noites estreladas ou chuvosas dividem espaço mostrando que quem olha para cima tem sempre bons motivos para apreciar o céu. O mesmo céu de pássaros e aviões, como cantou Arrigo Barnabé na valsa "Londrina", que também pertence aos moradores da cidade, assim como suas paisagens urbanas.

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