Às vésperas de completar um ano de sua morte (9 de novembro), Gal Costa revive a partir de hoje em telas brasileiras e em cinebiografia assinada por duas diretoras, Dandara Ferreira e Lô Politi. O filme teve pré-lançamento semana passada no Festival do Rio, em meio à calorosa acolhida do publico e da mídia.

LEIA TAMBÉM:

Noite especial no Villa Rica homenageia Gal Costa

Vivida por Sophie Charlotte, a cantora de voz e presença inigualáveis tem no filme parte de sua trajetória narrada, segundo suas realizadoras revelaram em entrevista na Radio CBN de São Paulo, que optaram por mostrar mais a riqueza interior de uma Gal cuja extroversão ganhou adjetivos que a descreveram como “musa da Tropicália” e “vaca profana”.

Sophie Charlotte em "Meu Nome é Gal": filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (12) tem boa repercussão junto à crìtica
Sophie Charlotte em "Meu Nome é Gal": filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (12) tem boa repercussão junto à crìtica | Foto: Divulgação

Segundo as primeiras resenhas críticas ao filme, a vida de Maria da Graça Costa Penna Burgos, aliás Gal Costa, nascida em Salvador em 1945, tem os primeiros capítulos a partir de quando ela deixa sua cidade natal bem jovem para encarar um inicio de carreira musical no Rio, ali reencontrando amigos como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethania. Sua trajetória de brilho e conquistas como cantora tem inicio ali, naquele momento. Caetano (vivido por Rodrigo Lélis) é então o co-protagonista daquela época, autor de composições que a jovem revelação entrega ao público com um charme e carisma que a marcariam para sempre. Como em ”Divino Maravilhoso, hino que Gal interpretou no 4º Festival de MPB da Record em 1968, quando se colocou contra a ditadura militar.

Na verdade , os anos de chumbo são uma espécie de fio condutor de boa parte do filme, que se passa entre as décadas de 1960 e 1970. Anos de Caetano e Gil no exílio inglês , tempos de melancolia para Gal. Estado de espirito que aliás ganha considerável peso no filme. Talvez o espectador mais fã e por isso mais exigente pode estranhar certa superficialidade em algumas situações, mas não há omissão quando se trata de sua esquisita relação com a imprensa e com detalhes de sua vida amorosa, embora retrate apenas alguns breves relacionamentos da cantora.

Há uma espécie de consenso entre aquilo que já se publicou:

“Meu Nome é Gal” é honesto (porque não pretende ser uma biografia completa), é assumidamente modesto em suas pretensões, é um produto bem acabado e Sophie Charlotte dá bem conta do recado como atriz. E de quebra também é cantora e tem ótima voz. Não há porque pedir mais, a não ser que o exibidor local tenha maior consideração para com o cinema brasileiro e permita que o publico (que com toda certeza o filme terá) possa ter mais dias à sua disposição.