Imagem ilustrativa da imagem Mart'nália se rende à black music
| Foto: Nil Caniné - Divulgação

Símbolo da alegria e do balanço carioca, Mart´nália sempre teve o seu nome atrelado ao samba. Mas em seu 13º álbum a filha do bamba Martinho da Vila resolveu dar destaque à influência que a black music teve em sua formação musical. Gravado durante a pandemia, o disco “Sou Assim Até Mudar” tem sonoridade mais pop. Recheado de grooves suaves, o trabalho lançado pela gravadora Biscoito Fino conta com a participações especiais do cantor pernambucano Johnny Hooker e da atriz Adriana Esteves.

“Sou Assim Até Mudar” é resultado de várias reflexões feitas por Mart´nália nos últimos anos, antes e durante a pandemia. “Quando faço um disco, por exemplo, penso em tocar as músicas no show que faço todo verão no Circo Voador. Não ia ter isso agora. Arthur Maia, que sempre começava a pensar meus discos comigo, não está mais aqui (o músico morreu em 2018). Aí, você entende que nunca é como era, a vida muda o tempo todo, a gente muda pra continuar o mesmo, ou não, você pode nunca mais ser o mesmo. E tudo bem. Não tem como ficar preso às coisas, às certezas. Então, quis fazer um disco sobre isso tudo, mas bem livre, pensando mais na música, no som, pras pessoas ouvirem em casa e serem felizes”, diz a artista.

Para obter o resultado pretendido, Mart’nália se uniu ao experiente produtor Zé Ricardo, que assina ao lado de Mauricio Piassarollo, os arranjos do disco. A afinidade entre o produtor e a cantora atravessa o trabalho. “Como Arthur, Zé Ricardo entende meu lado black, minha mistura. Fiquei confortável de estar com ele, e de alguma forma, a presença do Arthur esteve nesse nosso encontro” conta.

A troca dos dois se desdobrou naturalmente em Zé Ricardo mostrando composições suas para Mart’nália. Um exemplo é a canção “Morena”, faixa escolhida para abrir o álbum e que resume a atmosfera bem humorada que norteia o disco. Já a faixa que dá título ao trabalho, “Sou Assim Até Mudar”, de autoria de Tom Karabachian, é um samba romântico e sensual daqueles que a cantora domina com precisão.

O rhythm and blue que a carioca descobriu nos bailes black que frequentava nos subúrbios cariocas está presente na música “Suburbano blues”, parceria de Moacyr Luz com Raimundo Fagner, e também marca presença em “Tocando a vida”, versão de Nelson Motta para o R&B apresentado pelo artista norte-americano Babyface em seu segundo álbum. Nelson Motta também assina a versão de “Veneno” (Veleno, Alfredo Polacci), sucesso radiofônico de Marina Lima nos anos 1980 eu na regravação de Mart´nália ganhou a adesão da voz do cantor pernambucano Johnny Hooker.

Imagem ilustrativa da imagem Mart'nália se rende à black music
| Foto: Nil Caniné - Divulgação

A atriz Adriana Esteves também participa do álbum na gravação de uma versão de “Feel like makin' love”, hit da cantora norte-americana Roberta Flack que na versão de Nelson Motta aparece intitulada como “Bom Demais”. Outra regravação que merece destaque é “Sonho de um Sonho”, samba enredo antológico da Vila Isabel de 1980, faixa que encerra o disco.

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