Marisa Monte: isolamento social foi responsável por mudanças na set list com novas composições
Marisa Monte: isolamento social foi responsável por mudanças na set list com novas composições | Foto: Leo Aversa/ Divulgação

A pandemia fez com que Marisa Monte adiasse a gravação de seu novo álbum, previsto inicialmente para ser produzido no primeiro semestre de 2020. Mas nem o dramático cenário causado pelo coronavírus e nem a fase obscurantista que domina a política nacional foram capazes de alterar o otimismo da cantora e compositora carioca. Em “Portas”, ela volta a dar voz a canções solares, elegantes e portadoras de mensagens de esperança. Com 16 músicas inéditas, o trabalho marca a estreia de parcerias da artista com Marcelo Camelo (ex-líder dos Los Hermanos), Chico Brown (filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque) e Flor (filha de Seu Jorge), além de reforçar o elo com outros parceiros de longa data.

Marisa comenta que já estava com o repertório de “Portas” selecionado quando a pandemia chegou no Brasil. “No começo de 2020, meu plano era entrar em estúdio em maio. Eu já tinha um repertório pronto, produzido ao longo dos últimos anos com diversos parceiros, esperando a hora certa de gravar. Mas, em março, as portas se fecharam e ficou impossível seguir com os planos. Como todo mundo, entramos numa inevitável pausa de mil compassos. Passaram-se alguns meses até que a gente pudesse compreender melhor a nova realidade cheia de protocolos sanitários, testes e máscaras”, comenta.

Além de alterar completamente o calendário de gravações, o isolamento social também foi responsável por mudanças no set list e no processo de produção do disco. “Durante esse período, o repertório cresceu. Fiz ‘Vagalumes’ com Arnaldo Antunes e ‘Sal’ e ‘Você não Liga’ com o Marcelo Camelo, que também me trouxe uma música dele, ‘Espaçonaves’, que já estava pronta. Em novembro, com uma equipe pequena, comprometida e testada, entramos no estúdio, no Rio de Janeiro, para gravar as primeiras oito bases. Minha ideia inicial que era viajar e formar uma segunda banda, em Nova York, ficou impossível. Achamos que valia a pena experimentar uma gravação remota. Com co-produção do Arto Lindsay, que trouxe a sua banda, arriscamos gravar duas músicas, ‘Calma’ e ‘Portas’, eles num estúdio na rua 37 e nós no Rio via Zoom. Pra nossa surpresa deu muito certo o que nos abriu um novo universo de possibilidades e nos deu confiança de seguir com gravações remotas em outras cidades e com outras formações também”, relata Marisa.

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Aprovadas pela cantora, as gravações à distância tiveram sequência em várias outras cidades. “Seguimos então alternando gravações presenciais no Rio e com gravações remotas em Lisboa (arranjos do Marcelo Camelo) e Los Angeles (a voz da minha jovem parceira Flor). Gravamos ainda remotamente, ‘Vento Sardo’, em Madri e Barcelona com Jorge Drexler, que apesar de estar pronta e fazer parte do corpo desse álbum, decidimos lançar a posteriori, como um single, quando pudermos nos encontrar ao vivo. Mixamos com engenheiros no Rio, Los Angeles e Nova York acompanhando daqui e depois masterizamos em Nova York”, detalha a artista.

Além das já citadas com Marcelo Camelo e Arnaldo Antunes, o repertório do disco conta com cinco canções compostas pela artista em parceria com Chico Brown (“Em qualquer tom”, “Calma”, “Fazendo cena”, “Medo do perigo” e “Déjà vu”). Também estão presentes “A língua dos animais” (Marisa com Arnaldo Antunes e Dadi); “Praia Vermelha” (Marisa e Nando Reis; “Totalmente seu” (Marisa com os irmãos Lúcio Silva e Lucas Silva); "Elegante amanhecer” (Marisa e Pretinho do Serrinha); “Quanto tempo” (Marisa com Pedro Baby e Pretinho da Serrinha); e “Pra melhorar” (Marisa com Seu Jorge e com Flor).

Já em relação à aguardada volta aos shows, Marisa diz que o retorno dependerá da evolução do combate à pandemia. “Não temos uma data certa para voltar aos palcos. Ainda está difícil fazer planos. Dependemos da vacina e da maioria da população imunizada. Talvez no final do ano, se tudo der certo em 2022, a gente vai ter a alegria de se encontrar de novo. Comecei minha vida na música com 19 anos e nunca fiquei tanto tempo sem cantar ao vivo e sem encontrar o meu público. Estou sentindo muita falta, não vejo a hora de poder cantar junto”, conclui a artista. (Com assessoria de imprensa)

Imagem ilustrativa da imagem Marisa Monte lança novo  álbum depois de 10 anos

Serviço:

Álbum “Portas” - Marisa Monte

Edição - Phonomotor Records / Sony Music

Disponível também nas plataformas de streaming