Bortolotto com dois "tês" no final. Criativo, múltiplo e produtivo, o londrinense Mário Bortolotto pode até dispensar apresentações. Mas o respeito a sua trajetória exige mais que 120 caracteres. Ator, diretor, autor, sonoplasta, iluminador, vocalista e compositor de rock, Marião escreve para o teatro desde 1981. Está na casa dos 60 e tem lenha a queimar. Letras e números à parte, sua biografia é surpreendente.

LEIA TAMBÉM:

Semana Literária do Sesc-PR começa com duas poetas

Co-fundador do grupo Cemitério de Automóveis, com mais de quatro décadas de atividades, fez seu nome ser conhecido em outras bandas além desta e, quando tem agenda aqui, impossível não destacar a sua presença. Nesta quinta-feira (5), será possível prestigiar o escritor durante sessão de autógrafos no Sesc Cadeião, das 17 às 21 horas, rua Sergipe, 52. O romance "Nem o Céu, Nem o Inferno", Editora Realejo (2023), 262 páginas motiva a sua vinda a Londrina. O autor narra a experiência de ter estudado cinco anos de sua adolescência em um seminário. Direto, bom de vírgula e assertivo nas qualidades que enxerga em si e no outro, o autor é observador e sabe usar as palavras.

Na sinopse, é o que se lê: “Alguns eram garotos que acreditavam realmente estarem predestinados a seguir os ensinamentos bíblicos, se tornarem sacerdotes e servir ao Bom Deus que aprenderam a amar nos flácidos seios de suas famílias. E havia alguns bons garotos, mas eu demorei a entender que eles não eram inimigos."

Com 13 livros publicados, incluindo “Bagana na Chuva”, de 2003, havia muita expectativa sobre o lançamento deste livro. Também são de Bortolloto “Mamãe não Voltou do Supermercado”; as coletâneas de poesias “Para os Inocentes que Ficaram em Casa”, “Um Bom Lugar Para Morrer” e O Pior Lugar que Eu Conheço é Minha Cabeça” ; além do o compilado de matérias escritas para jornais “Gutemberg Blues”; a reunião de textos de seu blog “Atire no Dramaturgo”; os livros de crônicas “Os Anos do Furação” e “Esse Tal de Amor e Outros Sentimentos Cruéis”, e a série de contos “DJ – Canções Para Tocar no Inferno”, além de cinco volumes com seus textos de teatro.

Entre os vários reconhecimentos que recebeu por seu trabalho no teatro, estão o Prêmio Shell de melhor autor, em 2000, pelo texto “Nossa Vida não Vale um Chevrolet”, e o Prêmio APCA, em 2000, pelo conjunto de sua obra. Os últimos espetáculos dirigidos por ele ao lado do grupo Cemitério de Automóveis foram o autoral inédito “Pequod - Só os Bons Morrem Jovens” (2020); e o western “O Homem que Matou Liberty Valance" (2021), de Jethro Compton, que estreou em formato audiovisual.

SERVIÇO

Lançamento e sessão de autógrafos do livro "Nem o Céu, nem o Inferno", de Mário Bortolotto

Quando, quinta-feira (5), das 17 às 21 horas.

Onde: Sesc Caldeião Cultural e Museu do Café

Entrada gratuita, valor do livro: R$ 69,90