Edson GuittiVista do Lago do Parque do Ingá: um convite ao passeio com direito à companhia de animais e muitas plantasExistem cidades que são a cara do verão. Maringá é uma delas. Mesmo com a certeza de que o litoral está a 500 quilômetros de distância, quando se chega à cidade, caminhando um pouquinho, têm-se a impressão de que a qualquer momento vai aparecer o mar. O céu é de um azul-caribenho. E o melhor da festa é que num lugar onde o calor é uma constante quase o ano todo - temperatura média 33.6 - Maringá parece uma floresta. São quase 6 milhões de metros quadrados de áreas verdes. Uma árvore para cada três habitantes. Isso explica uma curiosidade. Absolutamente integrada ao espírito da cidade, a alegre gente maringaense tem três manias assumidas: caminhar, plantar árvores e tomar sorvete.
A alegria da cidade já começa na fundação. Para quem não sabe, Maringá é conhecida como ‘‘Cidade Canção’’ porque há 50 anos os pioneiros cantavam a música ‘‘Maringᒒ, de Joubert de Carvalho, durante a construção da cidade.
Existem outros motivos que fazem de Maringá um local abençoado por Deus. A visita deve começar pela Catedral. A Basílica de Nossa Senhora da Glória é a cara da cidade. Bonita, moderna e para cima. Foi construída em forma de cone e sua torre com 124 metros de altura é a mais alta da América do Sul e a décima do mundo. De onde se estiver em Maringá pode-se ver a Catedral que os maringaenses elegeram para seu cartão-postal. Do alto da torre, no mirante que recebe sete mil visitantes por mês, dá para despir Maringá e ver seus limites. À sua frente, estão os edifícios do centro da cidade. Atrás, avenidas e alamedas totalmente arborizadas que terminam sempre em plantações de soja verdinhas. À esquerda, pode-se ver o complexo do Porto Seco, mais lavoura e a linha do horizonte. À direita, ao fundo pode-se avistar o Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro e a arena coberta para rodeios. Sua cobertura em alumínio, sobre um dos maiores vãos livres do mundo, reflete a luz do sol e fica parecida com um disco voador. E à direita, o coração da cidade, o Parque do Ingá, 50 hectares de matas nativas, que são a praia do maringaense. Não há domingo sem o Parque.

Edson GuittiNas alamedas arborizadas o carro parece um estranho, Maringá tem muitas ruas assim

PraiaComo se já não bastassem os outros quatro grandes parques espalhados pela cidade, as 80 praças e as árvores - personagens centrais das largas avenidas - o Parque do Ingá é outro símbolo da cidade. É um desfile de árvores centenárias, muitas em extinção. Todas as raridades são cercadas e trazem explicações científicas para orientar os visitantes. Pode-se fazer uma viagem pelo mundo da botânica, passeando pelas alamedas calçadas por paralelepípedos. O lago com pedalinhos é a festa da criançada. E as crianças são a alegria da bicharada - cotias, quatis e outros habitantes silvestres - que corre solta pelo parque. Eles adoram comer pipoca na mão da gente. Existe ainda um zoológico, com leão e aves raras que também são responsáveis pela frequência de 10 mil turistas por mês no Parque do Ingá.

Edson GuittiVista da cidade através dos vãos de concreto da torre da Catedral
Do lado de fora do parque tem uma ciclovia que mostra o lado esportivo do maringaense. Diariamente tem gente caminhando por ali e no final de tarde e até altas horas da noite tem sempre grupos animados circulando rapidamente. Aliás, caminhar faz parte da vida dos habitantes de Maringá. Na praça que contorna a Catedral, tem sempre grupos de pessoas caminhando para manter a forma ou, simplesmente, porque é costume. Um jornalista visitante disse deslumbrado: ‘‘Êta gente que gosta de andar, sô!’’. Passeando pela cidade ele disse que viu grupos de pessoas caminhando pelas praças, avenidas e até nas estradas da zona rural. É muita disposição.