O filme "Luiz Melodia, no coração do Brasil"´, dirigido por Alessandra Dorgan, estreou neste sábado (18) em Londrina. Trata-se de uma colagem sonora dos maiores sucessos do compositor com imagens de shows, desde o ínicio da carreira, e momentos marcantes de sua vida pessoal narrados por ele mesmo.

O que se vê é uma amostra de toda potência da música e da poesia nacional em fases criativas que trazem, além de Melodia, Jards Macalé, Gal Costa, Torquato Neto, Wally Salomão, Maria Bethânia, Caetano Veloso e a inesquecível Elza Soares, uma explosão artística que vai dos bares aos palcos.

O rapaz nascido no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro - compositor de "Magrelinha", "Pérola Negra", "Estácio, Holly Estácio", "Juventude Transviada" e tantos outros sucessos - teve altos e baixos na carreira, gravando discos espaçadamente e sofrendo também a pressão das gravadoras que queriam que ele só gravasse samba, como se no morro não pudessem nascer gêneros diversificados.

Melodia, que tem a música no nome, é samba, é jazz, é blues, e tantos outros ritmos que embalam suas letras de uma poesia sideral. É empolgante acompanhar seus sucessos desde o morro até o Festival de Montreux, na Suíça, uma musicalidade que levanta a autoestima dos brasileiros.

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SESSÃO ÚNICA

O filme estreou no Espaço Villa Rica, em Londrina, em sessão única neste sábado (18). A expectativa é que outras salas de cinema da cidade passem a exibir o filme, cuja estreia nacional foi na quinta-feira, mas ainda não entrou na programação geral da cidade que continua colada às expectativas do Oscar.

O Villa Rica tem se consolidado como um espaço que contempla as estreias que estão em outras salas, mas também abre espaço para experiências originais como as sessões dedicadas ao cinema brasileiro que, agora, passam a ser mensais. O filme de Melodia abriu esse projeto.

Existem pessoas que desdenham da opção pelo cinema nacional que se desenha há algum tempo. Não entenderam ainda que nosso cinema está num ciclo de produção de alta qualidade. A cultura nacional responde aos investimentos que recebe e o cinema só cresce.

O filme tem direção musical de Patricia Palumbo que resgatou e costurou com competência o repertório do compositor que faleceu em 2017. O filme já conquistou vários prêmios no país.

Na sessão deste sábado, as pessoas vibraram, se emocionaram, aplaudiram. Ver o cinema do Brasil com cara de Brasil mexe muito com uma faixa do público que aguarda novas produções.