Pedro Antonio Caldeira fala no Londrix sobre a obra de João Antonio, escritor paulistano que viveu em Londrina nos anos 1970
Pedro Antonio Caldeira fala no Londrix sobre a obra de João Antonio, escritor paulistano que viveu em Londrina nos anos 1970 | Foto: Divulgação

Com textos que retratam o cotidiano de personagens marginalizados que vivem nos subúrbios de cidades brasileiras, o escritor João Antônio Ferreira Filho (1937-1996) ou simplesmente João Antônio, conquistou algumas das maiores premiações literárias do país, entre elas o Prêmio Jabuti por três vezes. Características singulares da obra do cronista paulistano que viveu em Londrina na década de 1970 serão abordadas na noite desta quarta-feira (17), a partir das 19h45, dentro da programação do 16º Festival Literário de Londrina – Londrix. A conferência on-line intitulada “João Antonio: Literatura e Urbanidade”, será comandado por Pedro Antonio Caldeira.

“Pretendo falar sobre a riqueza poética presentes nos textos que João Antônio que trouxe para a literatura dialetos da favela que resultaram em textos de altíssima qualidade que são verdadeiras análises sociológicas das periferias do nosso país”, resume Caldeira. Na avaliação dele, o escritor nascido em uma comunidade carente de São Paulo retratou como ninguém o cotidiano de personagens reais que vivem nas periferias do Brasil. “Com textos refinados de altíssima qualidade, ele conseguia extrair riqueza poética de cenas simples do dia a dia de quem vive à margem da sociedade, como conversas de trabalhadores da favela durante um jogo de sinuca após um dia de serviço”, ressalta.

Caldeira afirma que a abordagem da obra de João Antônio terá como base o livro “Malagueta, Perus e Bacanaço”, lançado em 1963. “É o trabalho mais relevante da trajetória dele e que chegou a ser adaptado para o cinema servindo de roteiro para o filme “O Jogo da Vida”, enfatiza sobre o autor que morou em Londrina em 1975. “Neste período ele trabalhou como colaborador do Jornal Panorama e publicou o texto Os anos loucos de Londrina”, salienta.

Bacharel em Ciências Sociais e estudante de Pedagogia, Pedro Antonio Caldeira trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Fábricas de Cultura, CEU'S, entre outros centros culturais. É participante de saraus e da cena literária com foco em literatura periférica e marginal na cidade de São Paulo. Integrante do projeto musical SANG, atualmente trabalha como motoboy na cidade de Londrina.

FEMINICÍDIO EM PAUTA

Jussara Salazar: poeta aborda o feminicídio através do seu livro “O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros”
Jussara Salazar: poeta aborda o feminicídio através do seu livro “O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros” | Foto: Divulgação

Antes da conferência sobre a obra o escritor João Antônio, o Londrix promove ás 19 horas, a conferência “Feminicídio: a sombra, o canto e a luz”. O tema será tratado pela poeta pernambucana Jussara Salazar. A convidada falará sobre seu livro de poesia “O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros”, no qual expõe o ‘modus operandi’ da violência contra a mulher. A obra é baseada em histórias verídicas de feminicídios no Brasil, crimes cometidos contra mulheres comuns como Zia, Maria Bueno e Beatriz.

Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/São Paulo, Jussara é mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná e graduada em Comunicação/Design pela Universidade Federal de Pernambuco. Atua na área de Literatura, com ênfase em Teoria e Crítica literária havendo pesquisado os seguintes temas: as relações entre literatura e mito; literatura (linguagem e imagem) e memória, oralidade e vanguardas históricas, arte e signos de magia.

Serviço:

16º Festival Literário de Londrina - Londrix

Quando – Quarta-feira (17)

19h - “Feminicídio: a sombra, o canto e a luz”, com Jussara Salazar

19h45 - “João Antônio: Literatura e Urbanidade”, será comandado por Pedro Antonio Caldeira.

Onde - Pelos canais oficiais do Londrix no Youtube e na página do evento no evento Facebook.

Gratuito

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