Comemorado em 27 de fevereiro, o Dia Nacional do Livro Didático traz uma reflexão sobre os desafios que esta ferramenta - tradicionalmente utilizada na aprendizagem de crianças e jovens - vem enfrentando diante das transformações na Educação.

Com inúmeros recursos tecnológicos ao alcance dos alunos e uma infinidade de conteúdos disponíveis gratuitamente na internet que possam gerar conhecimento, algumas pessoas podem se perguntar se o livro didático ainda é necessário e relevante nos processos de aprendizagem.

Para especialistas, o livro didático segue como uma espécie de porto seguro para os pais, que se preocupam se o conteúdo que está sendo visto é confiável e adequado para a idade da criança. Para Fabrício Cortezi de Abreu Moura, diretor de conteúdo digital e avaliações do Sistema Positivo de Ensino, o livro didático se mantém com a função de levar o conteúdo curado, produzido e desenhado especialmente com uma linguagem própria e voltada para cada faixa etária.

O livro continua sendo a base do processo de aprendizagem, mas dentro de um sistema tecnológico com orientações para cada capítulo
O livro continua sendo a base do processo de aprendizagem, mas dentro de um sistema tecnológico com orientações para cada capítulo | Foto: iStock

E, no caso do livro digital, esse potencial aumenta ainda mais, ao amplificar a experiência de leitura e interação com o material físico. Isso, segundo Moura, facilita “incorporar referências externas a um conteúdo, levando a uma experiência cada vez mais imersiva. Isso aumenta as chances dos conteúdos serem compreendidos e absorvidos e de habilidades serem desenvolvidas", explica.

Além disso, as novas possibilidades em relação aos livros didáticos e seus objetos de aprendizagem combinam muito bem com propostas mais inovadoras de ensino, como as metodologias ativas, por exemplo. “O livro continua sendo a base do processo, mas está inserido dentro de um enorme ecossistema, em que o professor, além de ter a sua própria versão do livro, com orientações metodológicas para cada capítulo, ainda tem uma versão de planejamento exclusiva na plataforma, que une o livro e todos os outros objetos digitais associados àquela aula", acrescenta.

Para Marileusa Guimarães de Souza, coordenadora Pedagógica da Área de Informática Educativa do Sistema Positivo de Ensino, diante de um novo contexto de mundo, muito mais complexo, multicultural e versátil, não se pode mais imaginar a produção de materiais didáticos que não contemplem propostas híbridas e a integração com a cultura digital.

"O principal cuidado na produção dos livros didáticos é justamente este: criar recursos e ferramentas que apoiem a ação da escola para que seus alunos aprendam e interajam com a diversidade. Hoje, nossos estudantes fazem parte de uma geração que dialoga e se relaciona com múltiplas interfaces digitais”, destaca a educadora.