Clodomiro Bannwart, organizador do livro: "A tônica do livro é ajudar-nos uns aos outros nessa travessia difícil que a pandemia nos impôs"
Clodomiro Bannwart, organizador do livro: "A tônica do livro é ajudar-nos uns aos outros nessa travessia difícil que a pandemia nos impôs" | Foto: Marcos Zanutto/ Arquivo Folha 05-11-2018

É no contexto da pandemia da Covid-19 que nasceu o livro "Entre a vida e a Morte. O que colhemos no caminho?" De acordo com coordenador da obra e professor de Ética e Filosofia Política na Universidade Estadual de Londrina, Clodomiro José Bannwart Júnior, ela reflete as formas de significação que ofertamos à existência humana. "O livro toca em temas custosos a qualquer pessoa que formule indagações sobre o sentido da vida, a semântica das tragédias e dos dramas colhidos no cotidiano, o valor dos relances de alegria e de felicidade que deleitam e animam, além da fé e da esperança que motivam e encorajam a continuar", antecipa. Os autores são: Adyr Garcia Ferreira Netto, Antonio Carlos Barro, Clodomiro José Bannwart Júnior, Gilvan Luiz Hansen, Jonathan Menezes, Jorge Henrique Barro, Luis Miguel Luzio-dos-Santos, Marcos Orison Nunes de Almeida . O prefácio é do professor e filósofo Mario Sergio Cortella.

O livro aborda sete temas, distribuídos na seguinte ordem: Vida - Esperança - Fé - Felicidade - Medo - Morte. "Desde o nascimento, ao dispor da vida, o ser humano celebra o amor, cultiva a esperança, fortalece-se na fé, persegue a felicidade e manifesta medo diante do mistério, sobretudo da morte, esse ente incompreensível responsável por colocar o ponto final na biografia de todo ser vivente", diz Bannwart.

Ele esclarece que foram convidados quatro filósofos e quatro teólogos para abordar, a partir do horizonte de suas leituras e de suas visões de mundo, os sete temas apresentados. "O resultado é um emocionante e respeitoso diálogo entre essas duas áreas do conhecimento que edificaram o pensamento Ocidental Cristão e, por milênios, conservam os fundamentos conceituais da fé cristã e da filosofia grega. Na fronteira entre fé e razão, entre cristianismo e filosofia, teólogos e filósofos encontram-se, munidos de amizade e de humanismo, para um colóquio amistoso e sincero. Cada autor, claro, imprimiu seu estilo e sua forma de tratar, de indagar e de refletir os temas propostos", esmiúça.

Sobre o caminho realizado por cada indivíduo, Bannwart traz à conversa a assertiva de Angelus Silésius: “Somos como gotas de orvalho que caminham para o oceano que as acolhe como partes de si”, e conceitua: "É uma viagem inevitável. Porém, a maneira como realizamos essa viagem depende das nossas escolhas, motivações e propósitos. Creio que aqui adentramos o campo da esperança, tema também discutido no livro. A esperança é um diálogo amistoso com o futuro, é um hiato pedagógico que produz o liame entre aquilo que temos e somos e o que desejamos e projetamos. É a resposta que damos à lacuna que há entre a liberdade do querer e a imprevisibilidade da própria vida. Não sem propósito se diz que “o fim da esperança é o começo da morte", expõe.

A busca por uma felicidade idealizada e que faz com que o ser humano esqueça de viver cada dia, faz relação com um dos autores do livro, Luis Miguel Luzio-dos-Santos, o qual afirma que a felicidade plena e permanente é impossível, pois dependeria de uma multiplicidade de condições das quais não temos controle. A ideia de um estado de satisfação completo e permanente é pura ilusão e só serve para frustrar-nos. "Outro autor do livro, Adyr Garcia Ferreira Netto, asseverou que é pela esperança que o homem encontra a força que o impulsiona a seguir, mas sem esquecer que a dor é sua razão e seu guia. Resta-nos impossível pensar a felicidade fora dos paradoxos que marcam a existência humana", ressalta Bannwart

O prefácio do professor e filósofo Mario Sergio Cortella, surpreendeu os autores. "Primeiro, pela gentil disposição do professor. Segundo, por escrever um belíssimo texto, correlacionando os temas abordados, além de chamar a atenção para a importância pedagógica do livro, ao mencionar que os autores são como “oito velas acendendo outras”. "É a ideia de ensinamento sempre presente em um livro. Um ponto importante destacado por Cortella no prefácio é o de que não podemos cair na tentação de amaldiçoar a escuridão. E podemos acrescentar que é por meio da escuridão – parafraseando Mario Quintana – que enxergamos melhor o brilho das estrelas. Essa é a tônica do livro: ajudar-nos uns aos outros nessa travessia difícil que a pandemia nos impôs. Cortella explicitou isso no prefácio", valoriza Bannwart.

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Serviço:

"Entre a vida e a Morte. O que colhemos no caminho?"

Editora: Engenho das Letras

Coordenação: Clodomiro José Bannwart Júnior

Vários autores

Prefácio: Mario Sergio Cortella

Valor: R$49 reais

Onde comprar: engenhodasletras.com.br