SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tatá Werneck, 36, é mais uma artista a ceder suas contas do Instagram e do Twiiter para dar voz a questões raciais por um mês. A atriz escolheu a cantora e ativista Linn da Quebrada, 29, que a criticou por comentários transfóbicos e pela falta de convidados trans no programa Lady Night, em março passado.

"Amei a iniciativa do Paulo Gustavo. Nesse momento de mobilização é fundamental que possamos dar passos adiante. Tô seguindo muitas pessoas novas e vendo que preciso aprender muito principalmente em relação a por em pratica atitudes antirracistas", escreveu Tatá, em seu perfil no Instagram nesta sexta (5).

Ela disse ainda que "temos, sim, uma divida histórica". "Uma desigualdade profunda e uma sociedade moldada pelo racismo estrutural. Quero aprender e aprender como posso por em pratica. Porque aprender e lindo, mas se nao tivermos mudancas conscientes e consistentes nao havera resultado eficaz."

A atriz explicou que Linn da Quebrada ficará durante um mês com suas contas e "fara uma ocupação para trazer novos olhares e aprendizados para o meu e o nosso crescimento enquanto pessoas que podem e devem agregar nessa luta."

"Estou aqui muito feliz e ansiosa por fazer essa ocupação nas redes de Tatá Werneck. É uma grande responsabilidade se comunicar com tanta gente. É importante salientar que não se trata de caridade, mas ações afirmativas de compromisso com o presente. Me sinto pronta e vocês?", escreveu Linn da Quebrada, em seu perfil no microblog.

Nos Estados e no Brasil, artistas têm cedido suas contas de redes sociais para ONGs e ativistas antirracismo. Lady Gaga, Selena Gomez e Shawn Mendes são alguns famosos internacionais que participam dessa iniciativa. No Brasil, o ator e humorista Paulo Gustavo, 41, cedeu seu perfil para a escritora Djamila Ribeiro, 39, colunista da Folha.

MORTE DE GEORGE FLOYD

Os protestos e manifestações contra o racismo eclodiram após a morte de George Floyd, um ex-segurança negro de 46 anos que foi assassinado por um policial branco, Derek Chauvin, em praça pública em Minneapolis (EUA). Floyd morreu por "asfixia mecânica" após ter seu pescoço prensado contra o asfalto por cerca de sete minutos.

A morte, filmada por testemunhas e publicada nas redes sociais, mobilizou o país e gerou uma onda de protestos contra racismo e violência policial. As manifestações são vistas por muitos como as maiores nos EUA desde a década de 1960.