Kinoarte premia os melhores curtas de Londrina e do Brasil
“Chorumelas” levou o troféu de melhor produção londrinense; evento segue com as atividades finais nesta semana
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 04 de novembro de 2024
“Chorumelas” levou o troféu de melhor produção londrinense; evento segue com as atividades finais nesta semana
Pamela Destacio/ Especial para a FOLHA
O 26º Festival Kinoarte de Cinema encerrou a mostra de filmes neste domingo (3), no Cine Villa Rica, com uma premiação especial aos vencedores das competitivas de curtas-metragens.
Dividido nas categorias londrinense, paranaense, nacional e ibero-americana, os realizadores premiados receberam o troféu Francelino França, uma obra assinada pelo artista londrinense Chico Santos em homenagem ao cineasta, jornalista e dramaturgo também londrinense Francelino França, morto em 2006.
Além do troféu, o júri oficial concedeu prêmios em dinheiro, distribuindo R$ 5 mil para o Melhor Curta Nacional, R$ 2 mil para o Melhor Curta Paranaense e R$ 1 mil para o Melhor Curta Londrinense.
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COMPETITIVA LONDRINENSE
Entre os 14 títulos apresentados, o curta-metragem “Chorumelas”, de Raquel Deliberador, foi eleito o melhor curta de Londrina pelo júri oficial. A animação acompanha a jornada de uma embalagem de iogurte que tenta sair de um aterro sanitário para reencontrar sua família em uma empresa de reciclagem.
O júri também concedeu uma menção honrosa ao curta “Não Estamos Sós”, do coletivo Cinekombiclube, que ainda foi escolhido como o melhor filme pelo júri popular. “Não Estamos Sós” contou com direção coletiva de Anna Prado, Alessandra Fernandes, Gabriela Hirata, Josemar Lucas, Lena Siverman, Lourenço Rafael Silveira, Leonardo Altuve, Thyago Bezerra e Val Frei.
COMPETITIVA PARANAENSE
O júri oficial premiou o curta-metragem “A Casa Amarela”, do curitibano Adriel Nizer, que narra a história de um entregador de aplicativo que decide ajudar uma senhora com Alzheimer a encontrar o caminho de volta para casa. Já o público escolheu “Outros Abrigos”, do também curitibano Thiago Cardoso, que acompanha a jornada de jovens compartilhando suas experiências em casas de acolhimento.
COMPETITIVA IBERO-AMERICANA
Na categoria ibero-americana, o prêmio do júri oficial foi para o curta português “Big Bang Henda”, de Fernanda Polacow, um documentário que explora o pensamento anticolonial do artista angolano Kiluanji Kia Henda. O júri popular, por sua vez, escolheu “Becarias”, das espanholas Marina Donderis, Núria Poveda e Marina Cortón, uma animação espanhola que acompanha os desafios de três amigas que lutam para pagar o aluguel todos os meses.
COMPETITIVA NACIONAL
A mostra mais aguardada do festival contou com quatro sessões, realizadas entre sábado (1) e domingo (2), exibindo 17 filmes de diversos estados brasileiros.
O prêmio de Melhor Direção de Arte foi para “A Menina e o Pote”, dirigido por Valentina Homem, de Pernambuco. “Macaléia”, de Rejane Zilles, foi premiado com Melhor Som, enquanto o curta piauiense “Cinema Para os Mortos” conquistou o prêmio de Melhor Fotografia. A Melhor Montagem ficou com o curta carioca “Vollúpya”, de Éri Sarmet e Jocimar Dias Jr., e o prêmio de Melhor Roteiro foi para “Helena de Guaratiba”, de Karen Black. A Melhor Direção foi atribuída a Janaina Wagner, pela produção paraense “Quebrante”.
O título de melhor filme, segundo o júri oficial, foi para o curta carioca “Se Eu Tô Aqui é Por Mistério”, de Clari Ribeiro. Ambientado no Rio de Janeiro em 2054, a obra acompanha um clã de bruxas que se une para enfrentar a Ordem da Verdade.
Já o voto popular escolheu “Macaléia”, de Rejane Zilles, que relembra os anos de amizade entre o cantor Jards Macalé e o artista plástico Hélio Oiticica.
JÚRI OFICIAL
O júri deste ano contou com reforço técnico de membros do Kinoforum - Festival Internacional de Curtas de São Paulo, como Márcio Miranda, Nathalya Macchia, Heitor Beluco, Bruna Medina, Vivi Pistache, Matheus Pires e Izabella Campanelli.
Também participaram Márcia Neme Buzalaf, Yan Maran, Junior Muniz e Fagner Bruno. O artista plástico fluminense Marlon Amaro, que também compôs o júri, cedeu obras de seu acervo para a identidade visual do festival.
EDIÇÃO HISTÓRICA
Com exibições que se espalharam pelo Espaço Villa Rica, Concha Acústica de Londrina e Zerão, o festival levou gratuitamente mais de 50 filmes à telona, entre longas e curtas, durante dez dias.
A programação intensa e diversificada, que também contou com debates, apresentações musicais, sonorização ao vivo, festas e encontros, atraiu cerca de 8 mil pessoas, segundo a organização, e fez desta edição uma das maiores da história do evento. Este ano, o evento recebeu um importante apoio financeiro por meio da Lei de Incentivo Cultural Paulo Gustavo.
“O patrocínio público permitiu uma divulgação maior e um tempo maior de pré-produção do evento. Pudemos engrandecer a programação com atrações musicais, oficinas, festas e debates com convidados, mas o mais importante foi assegurar a gratuidade do evento, algo que só foi possível graças ao incentivo da Lei Paulo Gustavo”, afirmou Marina Bigardi, diretora-executiva do festival.
Bigardi destacou ainda que o fomento também beneficiou o projeto social Kinocidadão, que levou cerca de 2 mil crianças ao cinema, e ampliou as sessões acessíveis em diversas instituições sociais.
Com este patrocínio, o Festival Kinoarte de Cinema é uma realização do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura. Conta com a parceria da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina e da Secretaria Estadual de Cultura do Paraná. É promovido pela Kinoarte – Instituto de Cinema de Londrina, com produção da Leste e apoio cultural da Casa de Cultura da UEL, além de outros parceiros locais.
PROGRAMAÇÃO FINAL
Nesta segunda semana, o festival dá continuidade às oficinas de identidade visual para projetos audiovisuais, assistência de câmera, captação de som para cinema e domínio de maquinaria e equipamentos elétricos, em parceria com a Armada Academy. As inscrições já se encerraram.
O Kinoarte também oferece atividades voltadas ao mercado audiovisual. O E-cria, primeiro evento de economia criativa de Londrina e região, ocorrerá nesta quarta-feira (6), às 8h, no Cine Villa Rica. O encontro reúne empresários e empreendedores, com palestras com especialistas, paineis internacionais e trocas de experiências. As inscrições ainda estão abertas, com vagas limitadas, pela plataforma Sympla
No mesmo dia, às 19h30, acontece a última exibição desta edição, com a Sessão Cine Cequinha apresentando o documentário “Amazônia Groove”, de Bruno Murtinho, ao ar livre no Zerão. O 26º Kinoarte se despede no próximo domingo (10).
SERVIÇO
Sessão Cine Cequinha
Quando: nesta quarta-feira (6), às 19h30
Onde: Zerão - Sabor& Ar (av. Aminthas de Barros, 46)
Quanto: gratuito
Classificação indicativa: livre