É curioso que três meses depois da estreia de "007 - Sem Tempo para Morrer", o ator Ralph Fiennes —o chefão M na série de James Bond— seja o protagonista deste "King’s Man: A Origem", que chega aos cinemas agora. Isso porque seu personagem é claramente uma cópia de 007, mas que viveu cem anos atrás.

"King'sMan - A origem", que acaba de estrear nos cinemas, é o terceiro filme da sequência
"King'sMan - A origem", que acaba de estrear nos cinemas, é o terceiro filme da sequência | Foto: Divulgação

Envolto numa conspiração para deflagrar a Primeira Guerra Mundial, o duque Orlando Oxford, papel de Ralph Phiennes, acaba criando a Kingsman, uma organização de agentes secretos que busca salvar o mundo de vilões maquiavélicos e risíveis.

Veja se a sinopse do filme não poderia se passar por uma obra baseada nas histórias de Ian Fleming. "Enquanto um grupo formado pelos piores tiranos e gênios do crime se reúne para planejar uma guerra que fará milhões desaparecerem, um homem deve correr contra o tempo para deter todos eles."

Mas a pegada aqui é mais cômica do que nos filmes de Bond, assim como nas duas outras produções da franquia, "Kingsman: Serviço Secreto", de 2014, e "Kingsman: O Círculo Dourado", de 2017. A base dos agentes é uma alfaiataria chique de Londres.

.
. | Foto: Divulgação

"King’s Man: A Origem", porém, é uma "prequência" que se passa no início do século passado e não traz os personagens principais da série, interpretados por Colin Firth e Taron Egerton.

Em 1914, quando o arquiduque da Áustria, Francisco Ferdinando, é vítima de um atentado em Sarajevo, seu amigo Orlando Oxford tenta fazer o seu resgate. A partir daí, o duque lutará com sua equipe –Polly, vivida por Gemma Arterton, e Shola, papel de Djimon Hounsou– contra alguns personagens históricos, como Rasputin, vivido por Rhys Ifans, Mata Hari, interpretada por Valerie Pachner, e outros inventados.

Lutará, principalmente, contra o desejo de seu filho adolescente, Conrad, papel de Harris Dickinson, em se envolver nas batalhas, uma promessa que faz à mãe do garoto antes de ela morrer.

Inspirados em uma série de quadrinhos, os três filmes até agora — o quarto está programado para 2023 — foram dirigidos por Matthew Vaughn, que também produz e escreve os roteiros.

Mas não se pode dizer que Vaughn — de "X-Men - Primeira Classe", de 2001 — seja um diretor interessante. Se seus personagens parecem vir diretamente da lojinha dos clichês, seus filmes são competentes e corretos, têm efeitos especiais e explosões, mas sem brilho algum.

A grande aposta do filme é a veia cômica, mas existe uma linha muito tênue entre graça e pastelão, entre diversão e constrangimento, e nem sempre Vaughn transita com sabedoria nessa corda bamba. Se a cena com Rasputin na corte russa consegue arrancar algumas risadas da plateia, é difícil levar a sério a escalação de Ralph Fiennes como protagonista de uma comédia rasteira como essa.

SERVIÇO:

"King's Man: A Origem"

Quando: Estreou na quinta (6)

Onde : confira programação de cinema na Folha de Londrina

Classificação 14 anos