SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça decretou, nesta segunda (21), prisão preventiva de Eduardo Fauzi, acusado de ser um dos responsáveis pelo atentado à sede do Porta dos Fundos, na capital fluminense. A decisão ocorre após a Justiça do Rio ter recebido denúncia feita pelo Ministério Público.

A Polícia Federal já havia comunicado no início do mês (4) que a Interpol em Moscou tinha prendido o empresário apontado como um dos autores do ataque.

Em comunicado enviado ao Porta dos Fundos, o agente Alexandre Alves Santos diz que foram iniciados "os procedimentos para dar início ao processo de extradição pelas vias diplomáticas conforme solicitação da nossa congênere em Moscou".

Fauzi estava na Rússia desde 29 dezembro, após fugir do Brasil. Ele já havia morado no país anteriormente, segundo os investigadores do caso.

Na ocasião do atentado, coquetéis molotov foram arremessado em direção à sede da produtora carioca. De acordo com o MP, o autor do ataque teria assumido risco de matar o vigilante do imóvel, que estava no local quando o ataque aconteceu, em dezembro do ano passado -pelo fato de parte da fachado do prédio ser de vidro, o vigilante poderia ser visto pelos responsáveis pelo atentado, diz a denúncia.

De acordo com o Ministério Público, o vigilante só não morreu porque reagiu rapidamente, "conseguindo controlar o incêndio causado e fugir do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída".

A decisão também destaca o motivo fútil do atentado, que teria ocorrido como reação a um especial do Porta dos Fundos, -o filme retrata um Jesus gay (Gregorio Duvivier), que se relaciona com o jovem Orlando (Fábio Porchat), e um Deus mentiroso (Antonio Tabet) que vive um triângulo amoroso com Maria e José.

O empresário Eduardo Fauzi está na lista dos mais procurados da Interpol. Ele foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, a polícia internacional. Trata-se do alerta máximo da entidade.

O empresário diz estar escrevendo um livro em que conta detalhes do atentado à produtora.

Fauzi, que fugiu para Moscou no fim do ano passado um dia antes da expedição de seu mandado de prisão, disse se sentir como um perseguido político.