Jogos Escolares de Londrina motivam estudantes e educadores

A integração do esporte à educação é sábia e traz lições. Da sala de aula para as quadras, estudantes de Londrina seguem desde 12 de abril empenhados nas competições dos Jogos Escolares de Londrina, edição 2023. Com uma tratativa que permite que alunos sigam com os estudos das demais disciplinas sem perder o conteúdo, os atletas dos times de voleibol, futsal, basquete e vôlei de areia seguem se destacando e incentivando seus colegas.

Ao todo, 37 escolas da rede pública e particular participam das quatro modalidade. Os Jogos Escolares 2023 reúnem 108 equipes até esta quarta-feira (26). Assim, mais de mil atletas participaram das disputas dos 150 jogos da primeira fase. O evento é uma realização da Prefeitura de Londrina, por meio da FEL (Fundação de Esportes de Londrina), juntamente com o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina.

Para o presidente da FEL, Marcelo Oguido, reconhecer o protagonismo do esporte na formação de um indivíduo é uma necessidade. "O esporte é transformador e por isso está inserido como uma extensão da educação. Seu valor é imenso, difícil de ser medido, tão grande seu papel. Em uma cidade como Londrina, além de potencializar talentos com a participação nas competições locais, fomenta o atleta a pegar mais gosto em participar das atividades e vislumbrar nacionais e até internacionais."

Oguido destaca ainda o quão abrangente um evento esportivo municipal deve ser valorizado. "O aluno e atleta se prepara física e emocionalmente para as provas. E existe também aspecto socializador, pois estão coordenados o respeito, a disciplina e outros conceitos que o esporte carrega em si", pensa.

Esporte na redução da evasão escolar

Para o diretor da Escola Estadual Olympia de Moraes Tormenta, Anderson Gomes Vieira, a tradição de valorizar as aulas de educação física, a prática esportiva, bem como a participação nos Jogos Escolares tem um aspecto primordial: combater a evasão escolar. "Sim. Esse é um dos objetivos do incentivo e temos um histórico de participação, apesar dos poucos recursos", afirma.

Em uma união de esforços, no período dos jogos os pais se unem ainda mais para fazer o deslocamento dos atletas que representam a escola para os jogos. "E assim propiciar a participação", Vieira enfatiza, destacando que a competição é uma realidade, é parte do jogo, mas a proposta vai além. "Lidamos com a sensibilidades de todos que abraçam a ideia e temos um feedback muito positivo das famílias. Durante os jogos, os alunos se confraternizam, trocam experiências e evoluem", afirma o diretor.

Do ponto de vista do professor de Educação Física e treinador dos times de vôlei do Colégio Estadual Olympia de Moraes Tormenta, Alessandro Rodrigues Mori, manter a atividade é fundamental para os alunos. "A nossa vida não é só feita de vitórias. Nós temos derrotas, temos fracassos e o aluno tem que saber a lidar com com esses sentimentos distintos desde cedo", aponta.

Mori considera que o o esporte é um excelente meio de exercitar esse conceito. "Desenvolvendo essas habilidades motoras e sociais, pois em sociedade as habilidades socioemocionais são postas em prática o tempo todo e, mais para frente, lá no futuro, esses alunos e atletas irão ver como esse aprendizado é importante e faz sentido."

Representar a escola gera senso de pertencimento

Diretora do Colégio Estadual Padre Wistremundo Roberto Perez Garcia, localizado no Parque Ouro Verde, Albina Kawano considera que o incentivo deva ser permanente. "Para que tenham atividades diferenciadas e sejam ativos."

Reconhecido pela força do basquete, o colégio conta com um projeto ativo da modalidade desde 2010 e, de acordo com o professor de Educação Física e treinador dos alunos, Marival Junior, o time feminino - que também representa Londrina por meio da Associação Pé Vermelho de Esportes - já se classificou para final, ao passo que o masculino mais jovem está na fase iniciante, pois começou a treinar esse ano. Alunos do 1º ano do Ensino Médio, com idades entre 12 a 14 anos, acabaram de deixar a rede municipal de ensino e os olhos já brilhavam pela oportunidade. "Estão treinando há dois meses somente e possuem interesse e mostram comprometimento", conta.

E, independentemente de resultado, seguem. "Os treinos e a participação em festivais e campeonatos são importantes para ganharem maturidade, lidarem e aprenderem com as derrotas e lá na frente irão entender como tudo isso é parte do desenvolvimento de um atleta", ensina.

O professor explica também que o nível que cada um atinge depende da dedicação. "Tudo depende da vontade, do estilo de treinamento e da continuidade. O basquete é um esporte que exige muita técnica e sempre os faço entender que o esporte permite que façam uma analogia do que é a vida, pois temos que superar obstáculos para vencer, assim como nos esforçar", observa.

Em todas as áreas profissionais existem desafios. "Dependemos de outras pessoas e por isso a importância de saber trabalhar em equipe e compreender que a sociedade também funciona melhor quando todos se esforçam em prol do objetivo a ser alcançado para o bem comum. Por isso, jogar em um time traz ensinamentos para a vida", reforça.

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