Parceiro mais frequente de Aldir Blanc, João Bosco ficou profundamente abalado pela morte do amigo ocorrida no último dia 4. Após adiar o lançamento de seu novo álbum que estava programado para acontecer no mês passado, período em que o letrista estava internado, o cantor e compositor mineiro lança agora “Abricó-de-macaco".

Além de tocar seu ritmado violão em todas as faixas, Bosco é responsável pela concepção, direção musical e arranjos do novo álbum
Além de tocar seu ritmado violão em todas as faixas, Bosco é responsável pela concepção, direção musical e arranjos do novo álbum | Foto: Divulgação

Respeitando a fase de luto, o artista cancelou entrevista sobre o trabalho produzido no formato CD e DVD com 16 faixas, incluindo a regravação de três canções da imbatível parceria com Blanc iniciada há quase cinco décadas.

Música que dá nome ao álbum e faz referência a uma planta típica da região norte do Brasil, “Abricó-de-macaco” é um samba composto por João Bosco em parceria com seu filho Francisco Bosco, com quem também compôs “Horda” - as duas únicas faixas inéditas do disco que tem caráter revisionista. A parceria com o filho também está presente nas faixas “Mano que zueira”, lançada em 2017, e em “Terreiro de Jesus”, canção que também conta a assinatura do compositor baiano Edil Pacheco.

Da dupla Bosco/Blanc, João resgatou "Nação" (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio, 1982), "Profissionalismo é isso aí" (João Bosco e Aldir Blanc, 1980) e “Transversal do Tempo”. Outros destaques do álbum são “Senhora do Amazonas”, rara composição dividida com Belchior; “Pagodspell”, música assinada com Caetano Veloso e Chico Buarque, e “Escapulário”, canção composta por Caetano Veloso a partir de poema de Oswald de Andrade (1890-1954).

O lado intérprete do cantor mineiro se sobressai nas regravações de “Água de beber” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), “Chora, chorões” (Caruso, Djalma Branco, Djalma da Mercês e Nei Jangada) e “Forró em Limoeiro” (Edgar Ferreira), sucesso de Jackson do Pandeiro.

O artista também dá voz à dois clássicos internacionais “My favourite things” (Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II) e “Blue in green” ( Miles Davis e Bill Evans).

Além de tocar seu ritmado violão em todas as faixas, Bosco é responsável pela concepção, direção musical e arranjos do novo álbum. Em algumas músicas, o cantor conta com acompanhamento dos músicos Marcello Gonçalves (violão 7 cordas), Marcelo Caldi (acordeon) e a israelense Anat Cohen (clarineta). Também participam do álbum como convidados Alfredo del Penho, João Cavalcanti, Pedro Miranda e Moyseis Marques, artistas que participaram ativamente do processo de revitalização da Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro.

Editado pelo selo MP,B Discos e pela gravadora Som Livre, “Abricó-de-macaco” foi gravado em outubro de 2019. As sessões de gravação que aconteceram no Estúdio Casa do Mato, no Rio de Janeiro foram registradas em vídeo que geraram um DVD homônimo que está sendo lançado junto com o CD.

Serviço:

CD e DVD “Abricó-de-macaco", de João Bosco

Gravadora: Som Livre, MP,B Discos e Canal Brasil