Portadores de deficiência auditiva e visual deverão ter acessibilidade garantida em todas as salas de cinema do país a partir do dia 1º de janeiro de 2020. A determinação é prevista na na Instrução Normativa 128/2016, da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Na prática, os redes cinematográficas se tornarão obrigadas a oferecer recursos de áudio-descrição e tradução em Libras em todas as sessões. Até o dia 16 de setembro deste ano, os exibidores precisam ter atingido a meta de 35% das salas dos grandes complexos e 30% das salas dos grupos menores.

De acordo com o secretário-executivo da Ancine, João Pinho, a agência já tem realizado fiscalizações sobre o cumprimento da exigência de que a partir de junho 15% das salas de grandes complexos deveriam disponibilizar os recursos de legendagem, legendagem descritiva, audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras) para quem solicitar. “Agora a gente entrou efetivamente na segunda fase, que é monitoramento do cumprimento em si. Ainda tem um pouco de orientação, mas já começa com a fiscalização pelos complexos. Estamos acompanhando semanalmente pelos sistemas internos da agência e de acordo com o plano de fiscalização, que envolve visitas técnicas quando necessário”.

Pinho informou que duas câmaras técnicas montadas dentro da Ancine, uma sobre acessibilidade e outra com os exibidores, acompanham a implementação das medidas para avaliar a eficácia e qualidade dos serviços oferecidos. “Tem as duas câmaras técnicas para dar o feedback, como melhorar o equipamento, aumentar o número de equipamentos disponíveis se tiver muita demanda, legenda em libras malfeita, por exemplo. Daí teremos que fazer campanhas para melhorar essas coisas”.

Ele destaca que o Brasil é pioneiro na área, sendo o único país que exige exibição cinematográfica com língua de sinais. “Temos recebidos feedbacks qualitativos, muito emocionantes, de pessoas com deficiência que nunca tinham ido ao cinema na vida, pessoas que nunca viram ou assistiam filme sem entender. A gente vê que está impactando positivamente a vida dessas pessoas”, explicou.

(Com informações da Agência Brasil)

Na prática, os redes cinematográficas se tornarão obrigadas a oferecer recursos de áudio-descrição e tradução em Libras em todas as sessões
Na prática, os redes cinematográficas se tornarão obrigadas a oferecer recursos de áudio-descrição e tradução em Libras em todas as sessões | Foto: iStock.com

Algumas salas de Londrina já oferecem inclusão

As cinco redes cinematográficas que atuam em Londrina afirmaram que devem cumprir o prazo estabelecido pela Ancine para disponibilizar recursos que garantam a acessibilidade de portadores de deficiência auditiva e visual até o dia 1º de janeiro de 2020.

Algumas salas já contam com equipamentos que cumprem as novas exigências da Ancine. A rede Cinesystem informou que uma das salas de exibição localizadas no Londrina Norte Shopping oferece desde junho a acessibilidade prevista pela Agência Nacional de Cinema e outras duas serão adaptadas até o dia 16 de setembro. De acordo com a empresa, a solução de acessibilidade integra Libras (língua de sinais brasileira) com tradução automática, descrição de áudio e legendas em tempo real num equipamento com áudio e tela sensível ao toque. A rede destacou que além da inclusão social, a medida permite que todos tenham o direito e disponibilidade para viver a experiência do cinema.


O gerente de marketing da Rede Cineflix, Juliano Tortelli, afirmou que uma das cinco salas de exibição localizadas no Shopping Aurora já conta com a acessibilidade a portadores de deficiência visual e auditiva e outras quatro deverão oferecer o recurso dentro do prazo estabelecido. Por meio da assessoria de imprensa, a rede Cinematográfica Araújo, que administra as salas Multiplex, no Catuaí Shopping, também afirmou que as salas em Londrina estarão adaptadas até o início de janeiro de 2020.