Ilha do Breu - No princípio, havia apenas pedras. O lugar era sem forma e vazio. Aos poucos, chegaram a terra e as árvores. Depois, vieram os animais: micos-leões dourados, cervos, flamingos, pavões, araras, tucanos e preguiças. Assim nasceu a Ilha do Breu, um pequeno oásis marítimo que pouca gente conhece, escondido 34 quilômetros ao norte de Paraty, no Estado do Rio. A ilha é, na verdade, um refúgio criado pelo empresário paulista Márcio Gouveia, 53 anos, que há 22 anos arrendou um amontoado de pedras no meio do mar e, aos poucos, o transformou em uma das boas (e originais) alternativas de lazer num dos trechos de litoral mais belos do País.
O acesso à ilha é feito em Tarituba, pequena vila de pescadores de onde parte a colorida traineira que transporta hóspedes e funcionários. Após um rápido percurso de 15 minutos a ilha fica a 1,5 quilômetro do continente , chega-se ao pequeno pedaço de terra de aproximadamente 7 mil metros quadrados. Ao aportar no pequeno cais, prepare-se para uma experiência totalmente diferente, beirando o exotismo.
Exotismo porque, em primeiro lugar, a Ilha do Breu não tem energia elétrica. Tudo é iluminado por lampiões a gás, criando um ambiente de romantismo. Esse é certamente o principal fator de atração dos hóspedes da ilha, composto predominantemente por casais. Também não há telefone ou qualquer outro meio de comunicação com o continente, a não ser por barco. Esse clima de isolamento é o grande charme do Breu.
Mas não pense que você viverá dias de Robinson Crusoé na ilha, assando peixe numa fogueira e bebendo só água-de-coco. Longe disso. O local conta com restaurante, bar e um amplo deck de madeira com várias espreguiçadeiras e mesas com guarda-sol. Tudo construído sobre o mar, o que permite aos hóspedes almoçar ou tomar um drinque caprichado observando as ondas sob seus pés.
Por falar em conforto, uma atração à parte da Ilha do Breu são as três cabanas e 16 suítes. Espalhadas pelas trilhas e caminhos de pedra que cortam a ilha, cada uma foi construída com estilos e materiais totalmente distintos. Batizadas com nomes como Cabana do Mandrake, Suíte do Jardim, Cabana do Príncipe e Cabana de Pedra, elas podem acomodar de uma pessoa a uma família inteira. Há opções de cabanas com rede, com sacada e vista para o mar.
Todas têm chuveiro aquecido a gás e foram projetadas a partir do espaço onde estão construídas. Uma dica: no primeiro dia, peça orientação a algum funcionário antes de acender o fósforo para ligar o chuveiro. Um pouco de precaução nunca é demais. E não se esqueça de levar uma lanterna para iluminar o caminho de volta para a cabana.
Antes de arrumar a mala, porém, um aviso: os preços das bebidas e comidas são salgadíssimos na ilha. No entanto, o preço da diária inclui pensão completa. Não espere menus elaborados. A comida é caseira, mas saborosa.
Se você der sorte e o sol aparecer (chuvas são frequentes na região), é possível fazer passeios de barco por ilhas próximas, também incluídos na diária. No roteiro estão as Ilhas do Cedro, da Laje Preta, do Peladinho e Pelada Pequena. Algumas têm praias que rendem bons mergulhos. Sem falar do belíssimo cenário de águas verdes e transparentes. Vez ou outra, é possível avistar golfinhos durante o passeio.