Getúlio Vargas em campanha eleitoral em Londrina (1951): o líder cercado pelo povo na cidade que mais crescia no Brasil
Getúlio Vargas em campanha eleitoral em Londrina (1951): o líder cercado pelo povo na cidade que mais crescia no Brasil | Foto: Acervo: Mario Martins Alcantara/ Londrina Memória Viva



O afeto que os londrinenses nutrem pela cidade fica explícito quando se observa a quantidade de fotografias de Londrina compartilhadas nas redes sociais. Em apenas dois grupos criados no Facebook com esse objetivo é possível encontrar mais de 80 mil imagens que registram transformações estruturais, estéticas, sociais e arquitetônicas pelas quais o município tem passado desde a sua fundação, na década de 1930.

Criado despretensiosamente em 2012, o grupo Londrina Memória Viva reúne mais de 30 mil fotografias da cidade postadas por atuais e antigos moradores. "O grupo foi criado por acaso, através de postagens de fotos que tinham a ver com a infância e adolescência de meus amigos. Nós postávamos as fotos e íamos comentando, e as lembranças iam aparecendo" conta a musicista Hylea Ferraz, idealizadora do projeto.

O grande número de postagens e a importância histórica das imagens levou os idealizadores do grupo a criarem algumas regras em relação às fotografias publicadas na página. "As fotos têm que ter referência histórica da cidade nas décadas de 1950 até 1980. Isso porque o Museu Histórico de Londrina apresenta um arquivo gigantesco das décadas de 1930 e 1940. Nosso objetivo foi de incentivar as pessoas a compartilharem fotos para dar continuidade nas memórias que ainda não estão armazenadas no arquivo do museu. O que constatamos é que as famílias londrinenses têm muitas fotografias guardadas em que foram registradas pessoas, lugares, eventos, prédios, etc", afirma Jaime Carvalho, coordenador do grupo.

Imagem ilustrativa da imagem História retida em imagens
| Foto: Acervo: Família Carvalho/ Londrina Memória Viva
Balsa na travessia do rio Tibagi, início dos anos 1950: Dr. Arvid Augusto Ericson (segundo da esquerda para a direita); José Leite Carvalho Filho (terceiro da esquerda para a direita) e Mario Melo (sexto da esquerda para a direita), entre outros, em foto de Oswaldo Leite



Ele conta que atualmente o grupo conta com mais de dez mil membros. "Existem membros com os mais variados perfis, mas a grande maioria são homens e mulheres na faixa etária de 45 a 70 anos", detalha ao informar que, em média, cada postagem gera de 100 a 400 curtidas e até 200 comentários.

Carvalho explica que o grupo é fechado, mas que a partir do momento que um novo membro é aceito ele deve seguir algumas normas em relação às postagens que pretende fazer. "As regras do grupo são bastante claras com relação a autoria das fotos e dos créditos. Pedimos para colocarem o maior numero de informação possível, tais como data, local, nome das pessoas e nome do fotógrafo", esclarece.

Parte do acervo reunido pelo grupo Londrina Memória Viva rendeu uma exposição itinerante produzida em parceria com o Museu Histórico e que esteve aberta a visitas em diversos espaços públicos da cidade em 2014. "Esse é um dos nossos maiores problemas. Arquivamos as fotos durante os três primeiros anos juntamente com os comentários, mas depois o volume era tão grande que passou a ser impossível alguém cuidar desse arquivo sem ser remunerado, pois nossos coordenadores são pessoas que fazem um trabalho voluntário no Memória Viva e todos tem outras ocupações em tempo integral. Talvez essa seja uma boa oportunidade para levantar o assunto e perguntar: Como guardar todo esse arquivo de fotos e comentários? Que tipo de instituição poderia nos ajudar, tendo em vista a importância do material?", questiona Carvalho.