História é uma grande metáfora
O escritor Domingos Pellegrini debruçou-se nas histórias da família, deu asas à imaginação e a partir desse encontro de águas – real e fictício – escreveu ‘‘Terra-Vermelha’’, que se transformará em filme. O tema é universal, na opinião da empresária Cloris de Souza Ferreira, que comprou os direitos autorais. A narrativa é um longo trajeto na vida de uma família, que tem suas raízes fincadas no casal José e Tiana.
Assim como tantos outros, eles também são atraídos pelos rumores de que a Companhia de Terras Norte do Paraná está empregando colonos. Deixam a sofrida luta no interior de São Paulo, na esperança de dias melhores nos ermos paranaenses. É uma aventura arriscada, mas vão em frente. De uma simples pensão a uma vida abastada no futuro, a persistência é a companheira constante.
Como sempre ocorre em situações semelhantes, as ramificações familiares passam a envolver interesses diversos. A amargura do chefe do clã é destilada em flash-backs, que aparecem em sua memória como se fosse um novelo do passado puxado lentamente. Ele agoniza num leito de hospital, e a vida é como um filme algumas vezes mal projetado, turvo, noutras vezes com imagens definidas.
Uma cidade – Londrina – ergueu-se no transcorrer dessas décadas, e assim como ela pode parecer quase estranha na sua dimensão moderna, o mesmo pode-se dizer da família. Poesia e metáfora também fazem parte da existência, mesmo que não se perceba isso.(Z.C.L.)

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