Imagem ilustrativa da imagem Grupo baiano Canastra Real abre o Ecoh 2020
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O grupo Canastra Real, de Salvador (BA), abrirá a programação artística da 10ª edição do Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (Ecoh) com muita música, brincadeiras e cantos da tradição oral. A apresentação acontece neste sábado (31), às 17 horas e será transmitida gratuitamente no Youtube e também no Facebook do evento. O evento prossegue até o dia 30 de novembro com uma extensa grade que conta com apresentações ao vivo, bate-papos, histórias em vídeos, podcasts e oficinas formativas. Todas as atividades acontecerão virtualmente.

Com classificação indicativa livre, o espetáculo “Toada Crianceira: Cancioneiro brincante da infância” encenado pelo grupo baiano será também um convite para celebrarmos a criança que existe em cada um dos espectadores. A montagem foi concebida a partir de canções e textos de tradição oral como acalantos, brincos, lenga-lengas. Para os mais espertos tem também os trava-línguas, adivinhas e desafios. Mas, não fica por aí, pois logo veem os tangolomangos, as quadras populares, entre outros. O Canastra Real é composto por José Rêgo (Pinduka) no violão e voz, Luciene Souza na voz, Berta Pitanga na flauta transversal e backing vocal e Josi Freitas na percussão. A produção, a cenografia e os figurinos ficam por conta da Nanda Leturiondo.

Uma viagem pela África

A programação do Ecoh 2020 tem como proposta celebrar a cultura africana e sua oralidade. Um dos destaques do evento é a participação do contador de histórias e ator africano François Moïse Bamba, que promete levar o público londrinense a uma viagem pelo rico patrimônio das sociedades de tradição oral da África Ocidental. Iniciado na arte do conto por seu pai, o artista é da casta dos ferreiros e foi criado em estreita relação com a tradição da cultura e da arte griot de Burkina Faso, país situado próximo ao deserto do Saara. Reconhecido internacionalmente, coletou e reescreveu contos que deram origem a CD, DVD e livros publicados na França. Desde 2018, realiza anualmente em seu país o Festival Internacional dos Patrimônios Imateriais que, a cada edição faz um mergulho em uma das 65 etnias do Burkina Faso.

Ele participa do evento em duas conferências. A primeira, que acontece na próxima sexta-feira (6), às 19h30, tem como tema “As sociedades de tradições orais da África do Oeste, educações e transmissões”. Neste bate-papo, ele propõe uma viagem pelo rico patrimônio das sociedades de tradição oral da África do Oeste, apresentando alguns de seus fundamentos essenciais. A conferência inclui momentos de conto e musicais, assim como de troca com os presentes. No segundo encontro com ele, que será realizado no sábado (7), às 19h30, o artista falará sobre “Palavras de griots”, Na sociedade tradicional africana os griots são os porta-vozes da vida social, possuem os papéis de conselheiros, historiadores e transmissores das memórias. Esses contos relatam a origem, o nascimento, a força dessa tradição do saber e da oralidade. As participações dele no evento londrinense contarão com tradução da produtora Laura Tamiana.

Durante todo o mês de novembro, os organizadores do 10º Ecoh lançarão novos vídeos com histórias nas redes sociais de segunda a sexta-feira, às 10 horas. Além disso, aos sábados e domingos, serão realizadas sessões duplas, com novas atrações de manhã e à tarde, sempre às 10h e às 17h. O Ecoh 2020 trará ainda várias versões do famoso conto infantil “O Barba Azul”, com a pesquisadora Ana Luísa Lacombe. Em cada encontro, ela mostrará uma versão diferente da obra escrita no século 17, por Charles Perrault. Ao longo do tempo, a personagem Barba Azul, que era um rico conde, muito feio e com uma horrível barba azul, recebeu variações e passou a integrar contos populares de diversas nacionalidades, que serão trazidas nesta oficina. Essas e outras atrações estarão disponíveis para a população participar a partir dos próximos dias.

Dentre as atividades formativas, está o curso “Narrativas adormecidas: O rito de passagem das fotografias”, ministrado por Sandra Lessa. Na segunda-feira (2), às 19h30, acontecerá o primeiro encontro da oficina. O primeiro conto-invenção a ser tratado será o “Rito da renomeação da Terra de Santa Cruz: lugar de muitas rainhas e reis”. A intenção da ministrante é mostrar como a história pode ser contada por meio das fotografias, visto que estas são registros fixados no tempo e trazem contextos e personagens. Devido à complexidade do tema, serão realizados cinco encontros ao todo, sempre nas segundas-feiras, às 19h30, pela Plataforma ZOOM (internet). Para participar desse curso é preciso se inscrever aqui, pelo custo de R$ 25,00. O atividade é destinada a maiores de 17 anos.

A programação completa do evento, que conta com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic) pode ser conferida no site https://www.ecoh.art.br.

Serviço:

10º Ecoh – Encontro de Contadores de Histórias de Londrina

Quando - De 31 de outubro até 30 de novembro de 2020

Onde - Youtube, Zoom e redes sociais do Ecoh (www.facebook.com/ecohpr; www.instagram.com/ecohpr e https://bit.ly/youtubeecoh)