Gal Costa lança duetos com cantores de várias gerações

Durante o período de recolhimento por conta da pandemia de Covid-19, Gal Costa percebeu que o público jovem estava ouvindo mais as músicas de artistas contemporâneos dela. A observação da cantora foi confirmada pelo produtor Marcus Preto, que trabalha com a baiana desde 2013 e que constatou que houve um aumento de buscas nas plataformas digitais de canções que fazem parte das memórias afetivas dos ouvintes. Através dessa conversa entre os dois surgiu a ideia de associar a voz da baiana à de cantores de gerações mais novas em um disco de duetos com regravações de músicas lançadas por ela nas últimas cinco décadas.

Gravado no segundo semestre do ano passado, o álbum “Gal 75” conta com participações de Criolo, Rubel, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Tim Bernardes, Zé Ibarra, Zeca Veloso, António Zambujo e Jorge Drexler. Pelo fato de o álbum ter sido produzido durante a pandemia, cada convidado gravou sua participação individualmente. As gravações foram feitas em seis cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Lisboa, Madri, Los Angeles e Vitória.

Singles do projeto começaram a ser postados nas plataformas digitais desde novembro do ano passado. Seis das dez faixas já foram disponibilizadas. Em dueto com Rodrigo Amarante, compositor e vocalista da banda Los Hermanos, Gal Costa regravou “Avarandado” (Caetano Veloso). A nova versão tem produção do próprio Amarante, que também assina o arranjo de base e a execução de todos os instrumentos, exceto cordas. Parceria de Caetano com o poeta Torquato Neto (1944 - 1972), “Nenhuma Dor” é a canção que Zeca Veloso escolheu para dividir o microfone com a baiana.

Clássico de Luiz Melodia, “Juventude Transviada” conta com a interpretação de Seu Jorge, que deixou Gal hipnotizada com os tons graves usados por ele no início da faixa. Vocalista da banda Dônica, Zé Ibarra regravou “Meu bem, meu mal”, sucesso composto por Caetano Veloso. Gal se apaixonou pela voz do jovem vocalista quando o ouviu cantando com Milton Nascimento no show da turnê “Clube da Esquina” (2019). No dueto, Gal e Ibarra inverteram os tons, com ele cantando em tons agudos e ela surpreendendo nos graves.

Rubel, que já havia gravado com Gal a canção “Baby” em uma gravação ao vivo que rendeu mais de 1 milhão de streamings no ano passado, surge no disco de duetos com “Coração Vagabundo”, mais uma canção de Caetano Veloso. “Negro amor”, versão de Caetano em parceria com Péricles Cavalcanti para “It's All Over Now, Baby Blue”, de Bob Dylan, é a música o uruguaio Jorge Drexler regravou com Gal. A gravação original foi lançada por ela em 1977, no LP “Caras e Bocas”.

Na sexta-feira (8), dois novos singles serão lançados com as participações de Criolo e Tim Bernardes. Ainda não foram divulgadas quais foram as músicas gravadas pelos convidados. As duas últimas faixas do serão disponibilizadas nas próximas semanas com Gal dividindo os vocais com o capixaba Silva e com o cantor português António Zambujo. A gravadora Biscoito Fino pretende realizar o lançamento do álbum no formato físico em CD no mês de fevereiro.