Um grupo de 50 bailarinos com idade entre 13 e 17 anos motiva a Fundação Cultura Artística de Londrina - Funcart a se empenhar para que as aulas presenciais sejam retomadas. "Pelo menos para esse grupo que representa uma verdadeira geração de ouro, são os bailarinos do futuro e estão em fase de profissionalização", argumenta o diretor da Escola de Balé, Leonardo Ramos. O pedido de autorização foi feito para o Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública de Londrina), um comitê formado durante a pandemia do Covid-19, e aguarda posicionamento.

Embora as atividades online sejam oferecidas desde março, Ramos considera que esse grupo é diferenciado. "Estavam habituados a sair da escola, vir para o balé, fazer as tarefas de casa e passar o restante do tempo em contato com a arte, dedicando-se à técnica e aprimoramento. Agora, além de estarem sem as aulas regulares escolares, também estão sem a dança e sabemos que muitos estão com a saúde mental prejudicada". Ramos reforça que a volta das atividades para esse grupo específico foi planejada para que seja feita seguindo todos os critérios de segurança. "Álcool em gel, distanciamento e todas as orientações para o retorno seguro é o que solicitamos e queremos realmente saber se podemos recomeçar com base científica e com a anuência das autoridades. Afinal, estamos há 28 anos em atividade e queremos que seja um retorno com consciência e responsabilidade", expõe.

A unidade está estruturada e o anseio de alunos e familiares também é reconhecido. "Temos uma sala de 160 metros quadrados, área ventilada e, acima de tudo, muito respeito à arte. Poderíamos dizer que somos uma academia, mas não faremos isso. Não se trata de um embate, mas sim de um pedido oficial para que acolhamos esses alunos e que não fiquem marcados como a geração lockdown, pois são a geração de ouro", enfatiza. Com turmas de no máximo 10 alunos, dias alternados e higienização adequada e a Fundação aguarda uma resposta.

Escola Municipal de Dança em cena de "O Quebra Nozes", em 2019
Escola Municipal de Dança em cena de "O Quebra Nozes", em 2019 | Foto: Fábio Alcover/ Divulgação

Pedido em análise

De acordo com a coordenadora da Escola de Ballet da Funcart e Produtora do Ballet de Londrina, Daniela Pereira, não há prazo para uma resposta do comitê que integra o Coesp. "Entendemos que o momento é delicado e no documento que enviamos não determinamos urgência", afirma. Pereira é produtora do Grupo Agon Teatro e Coordenadora Geral do Festival de Dança de Londrina. Ela explica que inicialmente a Secretaria de Cultura foi acionada, cerca de três semanas atrás e coube a essa fazer agora um pedido em nome da secretaria de forma oficial e sem pressão", diz.

Com o mesmo bom senso, a Coordenadora da Escola Municipal de Dança, Luciana Lupi, segue na expectativa. "Fizemos o pedido porque reconhecemos que os bailarinos já estão há muito tempo parados - o objetivo é ter um protocolo oficial e mostrar nosso interesse com a segurança e a preservação da saúde de nossos alunos. Lupi esclarece que com o passar dos anos, muitos desistem e poucos atingem os anos finais. "Pedimos só para esses alunos, que representam turmas do 5º ao 8º ano. Para você ter uma ideia, hoje, o 1º ano tem seis turmas, o 2º tem cinco turmas e cursando o 7º e 8º, apenas uma turma. No balé, vai afunilando mesmo, reflete.