Foto “Caminhos e Descaminhos”, de Antônio Ferreira dos Santos, um dos fundadores do FCL, premiada com 1º lugar no 6º Salão Salão de Arte Fotográfica Bunkyo, em São Paulo, em 1980; Troféu Cidade de Santo André, melhor fotografia do 1º Salão Nacional de Fotografia de Santo André, em 1982; 2º lugar no 5º Salão Nacional de Arte Fotográfica de Goiânia – GO, em 1987.
Foto “Caminhos e Descaminhos”, de Antônio Ferreira dos Santos, um dos fundadores do FCL, premiada com 1º lugar no 6º Salão Salão de Arte Fotográfica Bunkyo, em São Paulo, em 1980; Troféu Cidade de Santo André, melhor fotografia do 1º Salão Nacional de Fotografia de Santo André, em 1982; 2º lugar no 5º Salão Nacional de Arte Fotográfica de Goiânia – GO, em 1987. | Foto: Antônio Ferreira dos Santos/Divulgação

Há meio século, londrinenses inscritos em um curso básico de fotografia promovido pela Kodak resolveram criar o primeiro grupo de fotoclubismo da cidade. Fundado no dia 22 de maio de 1971, o Foto Clube de Londrina (FCL) continua em plena atividade reunindo semanalmente profissionais das mais variadas áreas e idades que têm a fotografia como hobby e compartilham entre si as técnicas usadas na captação e edição das imagens.

Para marcar a celebração de seu cinquentenário, a entidade sediará em dezembro a XXII Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores, evento nacional promovido pela Confederação Brasileira de Fotografia.

Um dos fundadores do FCL, o contador e advogado aposentado Antônio Ferreira dos Santos lembra que a ideia de criar um clube de fotos surgiu espontaneamente. “Vivian Kern, uma das participantes do curso básico de fotografia realizado pela Kodak a convite da Associação Médica de Londrina, se levantou antes do término da aula e perguntou se alguém teria interesse em criar um grupo para que fotógrafos amadores e profissionais pudessem trocar dicas e experiências. Nove participantes aceitaram a proposta. Eu era um deles”, conta.

Também integram o núcleo de fundadores Kyria Lane Reyes, Ângelo Portelo Neto, Manoel Lopes Damazio, Dirceu Blanco, Armínio Archimedes Pedro Gonçalves Kaiser, Edgard de Lima Ribeiro e Paulo Osamu Sakamoto. Dentre os fundadores, alguns já possuíam certa experiência em fotografia.

Quanto ao fotoclubismo, ninguém sabia nada a respeito. “Aos poucos foram ingressando novos associados, dentre eles, Francisco Martinez Sanchez, um protético espanhol conhecido como Paco, que já havia participado de um grande foto clube na Espanha e transmitiu aos demais todos os seus conhecimentos na arte, especialmente na composição fotográfica, pela qual sempre foi respeitado como um mestre”, afirma Santos.

Ele comenta que as primeiras reuniões do FCL aconteceram em uma escola de inglês localizada na rua Pernambuco. “Depois nos mudamos para o edifício Manella até que, em 1974, nos instalamos em um espaço às margens do Lago Igapó I que foi cedido pela prefeitura em regime de comodato. Havia uma fábrica farinha de ossos que funcionava quase em frente ao Clube Alemão antes da inauguração do Lago Igapó, em 1958. O local, composto de vários barracões, não tinha utilização específica, até surgir a ideia de transformá-lo em um centro para a realização de atividades culturais, como dança, teatro e música. Então, parte da área foi cedida para a Funcart e a outra parte para o Foto Clube”, detalha.

O fundador estima que mais de 200 associados já tenham participado do FCL nas últimas cinco décadas. “Desde total, cerca de 80 continuam participando periodicamente das atividades do Foto Clube. Antes da pandemia, a gente agendava passeios em grupo nos finais de semana e feriado, além de palestras, cursos e reuniões semanais para compartilhar dicas de fotografia. Com a pandemia, as reuniões estão acontecendo virtualmente. Esperamos que em breve a gente possa voltar a se reunir presencialmente”, enfatiza.

Santos relata que os encontros dos membros do grupo são sempre marcados pela alegria. “A gente acaba fazendo muitas amizades. É um grupo marcado por muitas diferenças. Temos participantes de 20 anos a 80 anos de idade e pessoas das mais variadas profissões, como médicos, advogados, engenheiros, contadores, além de alguns estudantes. Cada um tem suas preferências dentro da fotografia, uns gostam mais de fotografar paisagens, outros flores, pássaros, prédios. Independente da preferência, a gente se reúne para fazer passeios e confraternizações e acabou se tornando uma grande família. Juntos vivenciamos muitas histórias engraçadas e inusitadas e até pequenas brigas acontecem às vezes, mas nada sério”, diz.

Entre os fatos inusitados, ele lembra de alguns episódios hilários que aconteceram com alguns associados. “Nos passeios que a gente organiza, várias vezes já aconteceu de alguém cair enquanto tentava achar um bom ângulo para tirar a foto. Depois de certificar que a pessoa não machucou todos acabam dando boas risadas. Na época das câmeras analógicas, também já aconteceu inúmeras vezes de as pessoas acenderem a luz durante o processo de revelação no nosso laboratório de acabar queimando a imagem. E também de após horas tirando fotos a pessoa descobrir que o filme de rolo não estava encaixado e que na realidade não havia conseguido captar uma imagem sequer. Agora com a fotografia digital esses problemas acabaram”, conta.

Foto1: Primeira diretoria do Foto Clube de Londrina: Antônio Ferreira dos Santos (presidente); Manoel Lopes Damazio (vice-presidente); Angelo Portelo Neto (tesoureiro); Vivian Kern (secretária) e Paulo Sakamoto (diretor sem pasta).
Foto1: Primeira diretoria do Foto Clube de Londrina: Antônio Ferreira dos Santos (presidente); Manoel Lopes Damazio (vice-presidente); Angelo Portelo Neto (tesoureiro); Vivian Kern (secretária) e Paulo Sakamoto (diretor sem pasta). | Foto: Divulgação

Fotografias premiadas

Filiado à Confederação Brasileira de Fotografia, o Foto Clube de Londrina foi declarado entidade de utilidade pública do município pela Câmara de Vereadores de Londrina, em 1973. Desde o início da trajetória, o FCL já organizou diversos eventos fotográficos com abrangência nacional e conquistou vários prêmios nacionais e internacionais. “Já promovemos 24 salões fotográficos. E também participamos dos maiores eventos da área que são realizados no país e no exterior. Em quase todos eles, tivemos várias fotos inscritas por nossos membros entre as imagens premiadas e outras que receberam menções honrosas. Isso aconteceu tantas vezes que é impossível mensurar o número de premiações conquistadas", afirma.

Novos eventos

Atualmente, os integrantes do FCL estão realizando uma exposição retrospectiva relembrando sua história. A mostra pode ser vista no Espaço Culural Ceddo, localizado na rua Pernambuco, 725. No momento, os fotoclubistas também se preparam para sediar a XXII Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores, que reunirá foto clubes de todo o país. “Pretendemos realizar esse evento na semana do aniversário de Londrina, em dezembro. A ideia é que as pessoas possam visitar a bienal e apreciar as fotos produzidas por fotógrafos de todo o Brasil. Mas isso vai depender de como estarão os protocolos de saúde em relação à pandemia”, observa Santos.

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