Série A Super Família, produzida em Londrina: um dos inúmeros exemplos do potencial da cidade como núcleo audiovisual já constituído
Série A Super Família, produzida em Londrina: um dos inúmeros exemplos do potencial da cidade como núcleo audiovisual já constituído | Foto: Roberto Custódio



Apesar da crise que o Brasil atravessa, o setor audiovisual tem registrado um crescimento médio anual de 8%, movimentando cerca R$ 20 bilhões anualmente e gerando aproximadamente 110 mil empregos diretos. Com o objetivo de atrair uma fatia deste faturamento para a cidade e municípios vizinhos, produtores culturais e 15 entidades londrinenses resolveram unir forças. O primeiro passo da empreitada foi a constituição do Arranjo Produtivo Local (APL) Audiovisual de Londrina e Região, formalizada há cerca de 10 dias. A intenção do grupo é buscar recursos para transformar a região metropolitana de Londrina no maior polo de produção de conteúdo audiovisual do interior do País.

Mais de 15 órgãos e instituições locais participaram da elaboração da APL Audiovisual de Londrina, entre elas o Sebrae, Acil, Codel, Sercomtel e Faculdade Pitágoras. "Criamos um planejamento estratégico que tem como primeira missão buscar a descentralização dos recursos liberados pelo Ministério da Cultura e pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) que atualmente fica restrito somente à capital do Estado. Nesta segunda-feira (7), uma comitiva do APL Audiovisual de Londrina e Região estará em Curitiba para discutir sobre isso com o Secretário Estadual de Cultura", informa a produtora cultural Natasha Manttovani, uma das idealizadoras do APL Audiovisual de Londrina e Região.

Entre os pontos positivos destacados pelo grupo para atrair recursos para a cidade está a mão de obra qualificada e o baixo custo de produção se comparado com grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. "No caso de produções cinematográficas, Londrina oferece um cenário de uma cidade grande com prédios, trânsito intenso e vida agitada. E a menos de cinco quilômetros, é possível encontrar uma
locação rural. Essa possibilidade acaba baixando bastante os custos. Uma produção com baixo recurso financeiro que seria inviável de ser rodada em São Paulo, por exemplo, poderia ser viabilizada aqui", argumenta Guilherme Peraro, diretor executivo da produtora londrinense Kinopus.

Outra iniciativa do APL Audiovisual de Londrina é firmar parcerias com universidades locais para fomentar a implantação de cursos na área. "Londrina já teve um curso de pós-graduação em cinema, mas muitos profissionais acabam se especializando aqui e indo trabalhar fora devido à baixa demanda de produções. A formação de mão-de-obra especializada é uma das nossas preocupações pois a cidade não comporta mais que duas grandes produções ao mesmo tempo com o número de profissionais que atuam aqui no momento", enfatiza Peraro.