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Folha 2 5m de leitura

Filme resgata histórias sobre a imigração japonesa

A documentarista Inara Chayamiti faz pré-lançamento do filme “Onde as Ondas Quebram” em circuito cultural que inclui várias cidades

ATUALIZAÇÃO
20 de junho de 2023

Reportagem local
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Imagem ilustrativa da imagem Filme resgata histórias sobre a imigração japonesa

No 115º aniversário da imigração japonesa, a cineasta Inara Chayamiti percorre um circuito cultural para a exibição do filme "Onda que Quebram" em várias cidades brasileiras.  

Ao todo, até 8 de julho, serão nove sessões gratuitas, seguidas de debates e rodas de conversa com convidados, em museus, espaços culturais, universitários e da comunidade, em cinco cidades: São Paulo, Londrina, Arapongas, Ribeirão Preto e Santos. No filme, a documentarista investiga sua identidade fragmentada colando peças da história de sua família e da saga nipo-brasileira, marcadas por duas diásporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão.

Partindo de um ponto de vista autêntico e de uma busca curiosa e afetiva, o filme constrói pontes geracionais e culturais, levantando fatos históricos e atuais, questões pessoais e universais. 

História familiares se entrecruzam em "Ondas que Quebram", construindo pontes entre gerações
 

IDENTIDADE

Quando a documentarista Inara Chayamiti migra do Brasil para os Países Baixos, descobre-se estrangeira em sua própria terra natal. Ela, que se considerava uma típica brasileira no caldeirão do país, percebe agora o seu não-lugar: vista como japonesa demais no Brasil e nada japonesa no Japão. Começa então a buscar sua identidade fragmentada investigando a história de sua família. Como na arte japonesa de reparar cerâmicas com ouro, ela cola peças dessa história marcada por duas diásporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Ao usar ouro em sua cola, o kintsugi valoriza a imperfeição e a história de cada peça. Por considerar-se brasileiro, o pai de Inara rompeu com tradições japonesas e até mesmo casou-se com a mãe de Inara, uma “gaijin” (“estrangeira”) para a decepção de sua família. Sua batchan (avó), nascida no Brasil, define-se como japonesa sem titubear. Seus tios vivem no Japão há 30 anos enquanto brasileiros. E apesar de suas primas terem nascido lá, elas são brasileiras que só conhecem o Japão. Afinal, o que torna uma pessoa brasileira, japonesa ou de qualquer lugar? Nascer em um lugar ou em outro? Crescer lá ou aqui? Entender sua cultura e língua? Amar um lugar? E o que significa ser vista como amarela? Como foi isso para seus bisavós e avós? Em sua jornada por respostas, ela percebe o quanto desconhece as memórias familiares e a história coletiva.

Descobre que sua batchan, aos seis anos de idade, estava entre milhares de japoneses e descendentes que perderam tudo por serem vistos como inimigos no Brasil durante a Segunda Guerra. Porém, ela descobre que essa hostilização, na forma de racismo e xenofobia, já ocorria muito antes da guerra. Como entender essas histórias invisibilizadas a partir da perspectiva de hoje e trazer mais peças para o kintsugi da própria brasilidade?

 

TRAJETÓRIA

Documentarista nipo-brasileira residente em Portugal, Inara Chayamiti conta histórias de não-ficção há 14 anos. Em seus trabalhos, as pessoas são protagonistas de suas próprias narrativas. Entre suas obras estão: “Yzalú - Rap, Feminismo e Negritude” (exibido por In-Edit Brasil, Curta Kinoforum, MIMO e outros cinco festivais; finalista da Semana Paulistana do CurtaMetragem, Prêmio CineB Solar); “Raam” (Prêmio do Público do SHIFT Film Festival/Cinesud); e “Volta na Quadra” (Prêmio NETLABTV e patrocinada pela Folha de S. Paulo). Foi fellow no Logan Nonfiction Program com o longa “Onde as Ondas Quebram”, que foi finalista no Sundance Documentary Fund e no Berlinale Talents. Por meio de sua produtora, trabalhou para Greenpeace, Google, Marie Claire, Fundação C&A, GOL, entre outros. Durante duas temporadas, integrou a equipe internacional de “Legends Rising”, da Riot Games. Foi videojornalista na TV Folha e nas editoras Globo e Abril. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, foi integrante do Curso Abril de Jornalismo e do laboratório NETLABTV, fez especialização em cinema na universidade Anhembi Morumbi e estudou documentário no UnionDocs (NY). Fez ainda cursos focados em cinematografia, impacto, roteiro e empreendedorismo.

APOIOS

O filme teve apoio do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Museu Histórico de Londrina (acervo filmográfico de Hikoma Udihara), Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Museu da Emigração e Centro de Intercâmbio Cultural de Kobe, Instituto Moreira Salles (acervo fotográfico de Haruo Ohara), Logan Nonfiction Program, Café Altinópolis, Maria Fumaça Campinas / Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Trama Fantasm, Your Podcast, Mommalaw - Müller Mazzonetto (apoio jurídico), marmiroli comunicação, REN Brasil, Embaixada do Japão no Brasil, Imago Machina, Associação Japonesa de Santos e Prefeitura de Makurazaki.

Trailer: https://vimeo.com/821072515


* Com assessoria de imprensa.

SERVIÇO:

Ondas que quebram

Cine-roda de conversa dentro da programação do Festival Cultural de Etnias do SESC PR

Quinta-feira (22), das 19 às 21h

Local: Sesc Londrina Cadeião Cultural (R. Sergipe, 52, Centro)

Vagas limitadas: 30 lugares, grátis

Roda de conversa do público com: Bruna Tukamoto, criadora de conteúdo, e Inara Chayamiti, diretora do filme

*Retirada de ingressos gratuitos no dia do evento

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Cine-debate

Sexta (23), das 19 às 21h

Local: Cine Teatro Mauá - Arapongas (R. Uirapuru, 55, Centro)

400 lugares, grátis

Debate do público com: Prof. Dr. Rogério Ivano, historiador, docente da UEL; Prof. Dr. Richard Gonçalves André, doutor em História e professor do Departamento de História da UEL, coordenador do Laboratório de Pesquisa sobre Culturas Orientais (LAPECO). Inara Chayamiti, diretora do filme. 

Mediação: Larissa Ayumi Sato, jornalista

*

Sábado (24), das 19h às 21h

Local : Museu Histórico de Londrina (MHL) (R. Benjamim Constant, 900, Centro)100 lugares, grátisAbertura: Profa. Dra. Edméia Ribeiro, diretora do MHL

Debate do público com: Luana Ueno, historiadora, mestra em História Social (UEL); Inara Chayamiti, diretora do filme.

Mediação: Larissa Ayumi Sato, jornalista

Mais informações sobre o filme e a agenda de exibições estão no site: Ondas que Quebram

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