A sequência de filmagens de 'Assalto à Brasileira' tornaram-se também uma atração para o londrinense. Na tarde de domingo (1), as imagens captadas no Calçadão reuniram não só atores e toda a equipe comprometida com o trabalho, mas também pessoas interessadas em ver de perto como é feita uma cena de cinema. Ao todo, foram oito horas de gravação, sendo três horas no período da manhã no Centro Histórico e o restante à tarde. Essa é a média diária que exige uma equipe integrada com todos as etapas da produção.

Se um táxi atravancando o trânsito em plena Rua Prefeito Hugo Cabral sem qualquer sinalização causa estranhamento, imagine quando se trata de um Ford Belina 1976 cercado de profissionais, equipamentos, muito mais. Era esse o foco do professor de História Diego Chromiski, 29 anos. "Moro nesta rua e desci para procurar uma vaga de estacionamento. "Estou vendo a movimentação faz alguns dias e é bastante interessante acompanhar a parte por trás das câmeras e ver como é que é feito o produto cinematográfico". Chromiski considera que será mais interessante ainda ver a produção pronta. "Como professor de História, penso que é interessante ter como pano de fundo um fato marcante como esse".

A comerciante Alice Januário, 62 anos está contente com a dinâmica que tem se destacado nos dias atuais. "É bem bacana ver todo esse cenário tão bem reproduzido, com uma verdadeira retrospectiva de um acontecimento de mais de trinta anos porque o mundo mudou muito nesse período". Encantada com a frota diante de seus olhos, encanta-se com a Marajó, o Passat e a Variant. " Eu nem me lembrava como os carros eram". Além do sentimento de nostalgia diante de clássicos da década de 80, Januário afirma que ficou em sua memória toda a repercussão do crime. "Minha família conhecia o gerente do banco, o Valter Rosa, e ficamos bastante tensos".

Para a atendente Kellyn, 49 anos, a mudança na rotina trouxe ânimo às imediações. "Só se fala nisso, o filme, e eu bem que gostaria de ter sido chamada para ser figurant. Apesar de não morar aqui na época, meu marido me contou que esse assalto realmente fez um grande barulho não só em Londrina". Mais motivada para trabalhar nos próximos dias, a trabalhadora afirma que é fã do ator Murilo Benício. "Tenho esperança de poder vê-lo nem que seja rapidamente porque ele é um grande ator", expressa-se.

Atenta ao trabalho minucioso de tantos profissionais reunidos a céu aberto, a bancária Amanda Rodrigues, 34 anos, recorda que uma grande amiga de sua mãe era caixa do Banestado na época do assalto. "Parece que ela estava de férias nesse dia, mas mesmo assim foi uma grande angústia para todos", pensa. Animada para os próximos dias e também para o dia de ver o filme nas telas, afirma: "Hoje na verdade estou de castigo aqui, fui almoçar fora e minha rua foi interditada, mas estou aproveitando para ver de pertinho e estou gostando muito. Será interessante ver o meu prédio e a minha rua no cinema", sorri.

Acompanhando todas as captações que pode, o garçom Gustavo Santos Dias, 29 anos, está fazendo um verdadeiro álbum com o elenco. Já garantiu umafoto com Fernanda de Freitas, Paulo Miklos, Murilo Benício, Augusto Madeiras. "Eu acompanho muito o trabalho da Santa Rita Filmes e nestes dias pude ver como são sérios, educados e possuem uma estrutura hollywoodiana". Para conseguir o autógrafo, leia-se a selfie, explica: "Não sou inconveniente. Observo se a ocasião realmente permite, respeito os seguranças, os limites de acesso e peço para os atores com toda a educação".