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Folha 2 5m de leitura

Festival promove a inclusão em versão presencial e online

A 2ª edição do Festival Acessa BH apresenta 50 atividades entre espetáculos teatrais, de dança, música e literatura

ATUALIZAÇÃO
01 de setembro de 2022

Walkiria Vieira - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Festival promove a inclusão  em versão presencial e online

A Cia Fluctissonante, do Paraná,  está presente na 2ª edição do Festival Acessa BH, onde espetáculos protagonizados por artistas com deficiência, rodas de conversa, debates e oficinas estão na programação da 2ª edição do Festival Acessa BH, que também tem atrações online e alcance nacional.

O evento, que tem o intuito de dar o protagonismo às pessoas com deficiência, tanto nos palcos, como no centro dos debates e trazer o assunto da inclusão e da acessibilidade para a pauta e prática cotidiana. Será realizado de  1º de setembro a 31 de outubro, de forma virtual  - Acessa BH -  e também presencialmente em Belo Horizonte. Dentre os destaques estão o espetáculo de abertura, E.L.A, a estreia de Ave, montagem da Cia Ananda de Dança Contemporânea e do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, além de apresentação com o renomado maestro João Carlos Martins. 

Estão presentes trabalhos que já integram a acessibilidade desde a concepção dos espetáculos - como as montagens da Cia Fluctissonante, um coletivo curitibano formado por artistas surdos e ouvintes que se dedicam à criação cênica contemporânea e bilíngue (Libras e português). A companhia  é precursora nacional na criação em arte acessível, destacando-se justamente pela união de duas das línguas oficiais do Brasil dentro da cena.

A Fluctissonante estará no Acessa BH com dois espetáculos, "Elevador" e "O Pequeno Príncipe", além de uma oficina de Composição Cênica com Dramaturgia Descritiva e uma mostra de processo do novo espetáculo "O Barco".

A companhia curitibana Fluctissonante leva ao festival os espetáculo "O Pequeno Princípe" e "Elevador"
 

O Coletivo Desvio Padrão, de São Paulo, também estará nesta edição. Ele é  formado por  pessoas que transitam nas pontas da curva normal: cegos, videntes, surdos e ouvintes atuantes em linguagens diversas do campo da cultura. O Coletivo está na programação com os  espetáculos "Só se fechar os olhos" e "Para Além do Gesto", em sessões mediadas com o público. Os espetáculos são duas versões da mesma história, sendo a primeira concebida para o público com deficiência visual, e a segunda para o público com deficiência auditiva.

ARTE ACESSÍVEL

Apesar de existir uma legislação específica, a acessibilidade cultural ainda deixa muito a desejar na prática. Segundo Daniel Vitral, co-idealizador do Festival, aos poucos se vê um aumento de atividades culturais com acessibilidade, mas muitas vezes elas estão restritas a cumprir um protocolo. "Vemos temporadas de espetáculos ou festivais com apenas uma sessão com recursos de acessibilidade. Ou ainda, uma sessão exclusiva para pessoas com deficiência. Em alguns projetos, vemos que a acessibilidade já é pensada desde o início das produções, mas eles ainda são minoria."

Segundo  Vitral, muito tem sido feito apenas de forma protocolar, porque a Lei de Incentivo à Cultura Federal, por exemplo, passou a exigir medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência em todos os projetos. "Mas não é suficiente contar com um intérprete de Libras, e não ter um material de divulgação adequado, ou não informar que haverá intérprete de Libras, ou colocar o intérprete num cantinho, praticamente fora do palco, de forma que a pessoa com deficiência auditiva não consiga ver a cena e o intérprete ao mesmo tempo, com facilidade", explica.

 Em sua segunda edição, o Acessa se expande passando de cinco para cerca de 50 atividades na programação. O evento promoverá 04 debates, 04 oficinas, 05 rodas de conversa, 26 apresentações de artes cênicas, 04 de música, 02 de literatura, uma mostra de processo e o pré-lançamento de um festival teatral. "Para o Festival e Seminário online, ampliamos o alcance, convidando artistas e profissionais de dez estados brasileiros e com olhar não só para diferentes corpos, mas também para a diversidade, com o protagonismo também de artistas mulheres e LGTBQIA+", explica Lais Vitral, idealizadora e curadora do evento. 

O "Festival Acessa BH" é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com o patrocínio da MGS, e patrocínio da Vallourec através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O "Seminário Acessa BH" é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte

Serviço

 Programação online no canal do evento

  Inscrições gratuitas para os debates, oficinas e mostra de processo: AcessaBH

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