Agência Folha
Começa hoje, em Salvador, a sétima edição do PercPan (Panorama Percussivo Mundial), que há seis anos acontecia apenas na capital baiana. Agora, também chega a São Paulo, nos dias 19 e 20, no Teatro Alfa, para depois, dias 26 e 28, em Paris, percutir o forte pulsar de suas atrações.
A abertura do festival terá Gilberto Gil e Naná Vasconcelos promovendo um cortejo. Nele, haverá fanfarras, percussionistas mirins do Olodum e o Ilê Aiyê, entre outros músicos, que têm por destino a praça Campo Grande, em frente ao Teatro Castro Alves, para encenarem uma ópera percussiva.
O teatro abriga, de amanhã até sábado, a arte musical de diversos pontos do planeta, com alguns destaques internacionais, como a jamaicana Rita Marley – viúva de Bob Marley – o grupo africano de pigmeus Aka, da África central, o marroquino Hassan Hakmoun e as moças de Botsuana Map Marimba Girls Plus.
Os pigmeus trazem, como uma das características de sua arte sonora, o entoar de cantos polifônicos (combinando dois ou mais sons simultaneamente), por meio de vozes emitidas pelo peito e pela cabeça – técnica utilizada pela líder do Zap Mama, Marie Daulne – além de instrumentos simples feitos com elementos naturais encontrados nas florestas.
Hassan Hakmoun executa canções de Gnawa que provavelmente chegaram a Marrocos pelo sul do Saara, trazidas por escravos e mercadores, e há séculos são usadas para expulsar espíritos não gratos, além de, por vezes, reclamarem situações de exílio e escravidão, por meio de suas letras. As integrantes do Map Marimba Girls Plus mostram que a marimba também pode ser tocada por mulheres, o que antes era proibido por sua rígida tradição.
A batida do Brasil se faz presente por meio do som de Lenine e Pife Muderno, além das cantadoras e tocadoras de coco As Ceguinhas de Campina Grande.
Martinho da Vila e várias cantoras, como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Fafá de Belém e Cássia Eller, são algumas das outras atrações. O festival também oferece workshops, mas só em Salvador.