São Paulo - Indiana Jones é um dos personagens mais conhecidos do cinema mundial, o que nem todo mundo sabe, porém, é que o chapéu que ele usa nos cinco filmes da franquia foi criado no Brasil, mais precisamente em Campinas.

"Veio um fabricante de chapéus dos EUA que trabalhava na maior fábrica da época. Como ele tinha ouvido falar da gente, veio na nossa fábrica e perguntou se nós conseguíamos fazer um modelo com uma aba um pouco maior, porque ia sair num filme", disse Sérgio Cury Zakia, que foi proprietário da fábrica de chapéus Cury.

"Para nós foi uma surpresa, mas dissemos que conseguíamos", afirmou o empresário, em entrevista ao Museu da Pessoa. Ele diz que foram produzidas 6.000 carapuças no Brasil. Uma vez finalizadas, elas foram enviadas aos Estados Unidos, onde o acabamento foi feito.

"Depois tentamos colocar o nome Indiana Jones, mas ele não deixou. Disse que tinha que pagar um dinheirão. Então nós chamamos de modelo Indiana Jones. Aí podia usar."

Na quinta (29), estreou no Brasil "Indiana Jones e a Relíquia do Destino", que marca a despedida de Harrison Ford da franquia.

"Não se volta para um personagem como esses sem um motivo muito bom, e o Indiana precisava que seu ciclo fosse fechado. A franquia começou com esse personagem muito físico, cheio das paixões da juventude, e foi assim que ele permaneceu na memória das pessoas por 40 anos. Tivemos que ajustar a história para acomodar a idade, mas sem timidez, usando isso a nosso favor", afirmou Ford no último Festival de Cannes.

No filme, Indiana vai, uma última vez, para a faculdade onde leciona aulas de arqueologia para turmas entediadas - não pelos seus métodos, mas pelo furor tecnológico que contamina o país às vésperas da chegada do homem à Lua, naquele ano de 1969. O futuro, ali tão perto, faz murchar o interesse por um passado distante.

Durante uma festa em homenagem a ele, capangas de um oficial nazista invadem o evento e atiram em quem está no caminho. Eles querem a tal relíquia do título, uma tecnologia antiga e com segredos que levaram um velho amigo de Indiana à loucura.

Imagem ilustrativa da imagem Estilo: o famoso chapéu de Indiana Jones foi criado no Brasil
| Foto: Reprodução

CENAS PREFERIDAS

Harrison Ford comentou sobre uma de suas cenas preferidas de "Indiana Jones e o Chamado do Destino" em uma entrevista ao portal americano Variety. Na conversa, o ator fala sobre como o seu personagem não é um herói convencional.

"Inicialmente, é meio que em preto e branco, porque é 1944. E então, de repente, terminamos essa parte com uma fuga de uma situação. E nos encontramos com um corte brusco para 1969", descreve Ford. "E vemos o mesmo homem, manifestamente o mesmo homem, acordando em um apartamento em Nova York, e você sabe, ele é esse preguiçoso de cuecas segurando um copo vazio na mão. Porque estão tocando maldita música de rock 'n' roll."

"Foi uma das coisas favoritas que já fiz em um filme. E fiz isso para expressar sua vulnerabilidade e sua idade. De qualquer forma, acho que é uma sequência ótima em um filme muito bom", continua.

O ator comentou ainda a greve de roteiristas de Holywood.

"Precisa haver uma justiça maior em toda a nossa sociedade, tanto justiça econômica quanto em todas as outras formas", disse ao ser questionado se os escritores de Hollywood merecem receber um tratamento melhor dos estúdios.

"Vamos sofrer por não termos um roteiro. E é uma situação econômica: Não temos um roteiro aqui, e vamos à guerra por isso, pelo filme. Mas temos que trabalhar juntos em todas as áreas que compõe umfilme. E nos apoiar quando pudermos."