O escritor britânico Mark Dawson contou ter comprado 400 cópias de seu livro "The Cleaner" para fazer com que ele entrasse na lista dos dez mais vendidos do jornal Sunday Times.

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. | Foto: Reprodução/Instagram

Após um gasto de 3600 libras, ou 23.897 reais, e uma divulgação para que leitores interessados recomprassem os exemplares dele mesmo, o thriller de Dawson subiu da 13ª para a oitava posição no ranking de ficção.

O escritor afirmou ter feito uma sondagem por e-mail, e 400 leitores americanos responderam que tinham interesse em comprar o livro dele.

Segundo o jornal The Guardian, depois de críticas de outros autores, a Nielsen, empresa responsável por monitorar as vendas e organizar a lista, decidiu revisar a contagem.

O posicionamento da Nielsen, de que as vendas do livro de Dawson não cumpriam os critérios necessários para integrar o ranking, fez com que ele perdesse a posição na lista do Sunday Times.

A editora independente Welbeck, que publicou "The Cleaner", afirmou respeitar a decisão da Nielsen de corrigir o posicionamento do livro no ranking e afirmou que as ações de Dawson "foram puramente em resposta a pedidos de exemplares de seus fãs ao redor do mundo".

A casa acrescentou ainda que as cópias do livro estavam sendo enviadas pela equipe do autor para leitores nos Estados Unidos, Austrália e outros países da Europa.

O autor se defendeu no Twitter, dizendo que se seu interesse fosse trapacear o sistema, ele teria comprado 10 mil cópias para se garantir na primeira posição. E não teria revelado que fez a compra em seu podcast, "The Self Publishing Show".

Não é a primeira vez que compras em massa inflamam debate sobre listas de mais vendidos. No ano passado, o livro "Triggered", de Donald Trump Jr., ficou em primeiro lugar na lista do New York Times após o Comitê Nacional Republicano gastar mais de US$ 94 mil (R$ 490 mil) comprando exemplares uma semana antes do lançamento.