ESCOLHA O FILME - Carlos Eduardo Lourenço Jorge
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quinta-feira, 28 de junho de 2001
DivulgaçãoShrek:filme de animação que encanta adultos e crianças
Shrek A obrigação de levar as crianças à matinê aqui transformada em deliciosa travessura de adulto seu filho menor deve gostar do filme bem menos que você. Não há como não encarar o verde e bom-mau-caráter Shrek com certa dose de cumplicidade. Afinal, quem não desejou um dia subverter a ordem natural e bem comportada do reino das fadas, alterando as regras magicamente corretas? Entregue-se sem medo a esta inspirada, hilária e tecnicamente prodigiosa jornada.
A Partilha Hora e meia de agradável incursão aos meandros da classe média, mais carioca que brasileira. O roteiro sabe extrair da situação metafórica quatro irmãs dividindo bens materiais depois da morte da mãe um certo travo agridoce, uma certa amável e quase sempre bem-humorada melancolia. Não é preciso muito tempo de projeção para encontrar um subtexto nelsonrodrigueano. E isso talvez seja o maior elogio para Miguel Falabella e Daniel Filho.
DivulgaçãoO Retorno da Múmia:mix de comédia, aventura e terror
O Retorno da Múmia Segunda dose desta história que o cineasta brasileiro Ivan Cardoso chamaria de terrir, um mix de comédia, aventura e terror. Mais do mesmo, e até um pouquinho melhor enquanto diversão absolutamente pipoca das quatro. O público adolescente, em especial, vai se fartar com mais criaturas excêntricas, mais correrias, mais perigos. Brendan Fraser repete o aventureiro que enfrenta maldições diversas, agora para livrar o filho em perigo.
Na Teia da Aranha O grande Morgan Freeman desperdiçado nesta retomada do personagem Alex Cross, dublê de detetive e psicólogo visto anteriormente em Beijos que Matam. Atormentado pela recente perda de sua parceira de investigações, ele agora tenta por as mãos num professor que rapta a filha de um senador, em Washington. O título, óbvio, se refere às maquinações do criminoso. Filme sem brilho e decepcionante pela assinatura do neo-zelandês Lee Tamahori, tão vigoroso em O Amor e a Fúria.
Quase Famosos Através deste muito simpático afresco dos anos 70, o diretor Cameron Crowe realizou seu trabalho mais ambicioso e pessoal. Não é para menos: o roteiro, dele mesmo, é autobiográfico e retrata suas experiências como foca-quase-jornalista da revista Rolling Stone. Homenagem crítica e por vezes idealizada do heterogêneo universo do rock há três décadas o argumento é quase todo passado em 73 Almost Famous é sempre sedutor, divertido e quase irresistível.
Alguém como Você Da interminável série comédia romântica adulta com pretensões cerebrais. Aqui temos a talentosa coordenadora de um talk show televisivo, Jane (Ashley Judd) que, afetivamente desencontrada, é agora adepta da teoria segundo a qual homens são como gado: o touro jamais é fiel a uma única vaca acreditem, a história está toda lá no filme, que originalmente até se chamava Animal Husbandry. Alguns diálogos mais afiados quase conseguem colocar o roteiro no bom caminho. Quase.
A Mulher e o Atirador de Facas Embora a obra prima do francês Patrice Leconte ainda seja O Marido da Cabeleireira, esta bela história de amor não fica muito a dever. Adele (Vanessa Paradis) é a mulher desesperada que vai se atirar da ponte. Gabor (Daniel Auteuil) é o atirador de facas de um circo à procura de uma nova partner. Desse encontro fortuito marca registrada do cineasta nasce uma relação a princípio desinteressada, logo contida e depois incontrolável. O registro em luminoso preto e branco é um achado na narrativa deste cineasta sensível que elegeu o amor romântico em todas suas variantes.
Profissão de Risco Cinebiografia de famoso narcotraficante americano, George Jung, que em fins dos anos 70, e com a parceria direta com o czar mundial da droga , Pablo Escolar, chegou a comandar cerca de 90% do negócio da cocaína nos Estados Unidos. O que se questiona neste filme de Ted Demme é o olhar superficial sobre um tema tão complexo e uma extensa galeria de personagens caricaturais. Quando se pensa em Traffic, este Profissão de Risco fica ainda mais vulnerável.
Rede de Corrupção Dando visíveis mostras de esgotamento físico, o garanhão do aikidô, Steven Seagal, interpreta seu filme de ação mais vulnerável, depois de uma sólida carreira construída nos anos 90. Ele é uma espécie de Serpico, o tira honesto que ajudou a dar fama a Al Pacino nos anos 70. Cercado de corrupção por todos os lados, o personagem de Segal faz o de sempre, só que desta vez menos, e não deixa clichê sobre clichê.
Pearl Harbor Em tempos de George Bush e republicanos no poder, filmes como Pearl Harbor são não apenas ruins enquanto cinema, como arte e até como entretenimento, mas são também ideologicamente incômodos. Sessenta anos depois, reviver a extremada atitude expansionista japonesa não é inventariar o passado, mas forma sutil de rearmar o presente.
Snatch Porcos e Diamantes O inglês Guy Ritchie, Mr. Madonna em pessoa, pega o bonde-legado de Quentin Tarantino. Aqui ele repete a fórmula de Jogos , Trapaças e Dois Canos Fumegantes, de 98, e reforça a dose de testosterona, misturando ladrões de diamantes, gângsters americanos, boxeadores, máfias russas, cachorros e granjas de porcos. Humor de porrada e virulência verbal.
Billy Elliot Mais um bom flagrante das diferenças que devem ser respeitadas num meio dominado por estereópicos culturais. O garoto Billy, filho de áspero mineiro em greve, treina boxe mas gosta mesmo é de dançar. Animado pela professora e disposto a enfrentar a família em crise, Billy cresce para seu ideal. Com emoção e humor, o filme do estreante Stephen Daldry renova o gênero da comédia social à inglesa, flertando com sucessos recentes como Ou Tudo ou Nada.
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