ESCOLHA O FILME - Carlos Eduardo Lourenço Jorge
PUBLICAÇÃO
domingo, 08 de outubro de 2000
Todo Mundo em Pânico Outra comédia, desta vez completamente desregrada. Vendo o filme, cabe ao espectador decidir se a afirmação é elogio ou não. Enxurrada de piadas de todos os tipos infames, chulas, espirituosas em cima da onda de terror teen que assolou o cinema nos 90, particularmente através de Pânico e Eu Sei o que Você Fizeram no Verão Passado. Mas há referências a outros títulos recentes e famosos. Os americanos adoraram esta paródia anarquista, produzida pela mesma empresa da série Pânico.
DivulgaçãoAlta Frequência:confronto entre o passado e o presente
Alta Frequência Pai e filho se reencontram no tempo e o que parecia só prazer e alegria, de repente envolve complicações perigosas. É sempre confuso saber quais as fontes cinematográficas sempre muitas e nem sempre confiáveis de jornadas como esta. Em caso de confronto entre passado e presente, mão firme no roteiro é recomendável. E aqui não é bem o caso.
Duas Vidas Crise dos 40, versão Disney. Bruce Willis faz yuppie sem coração. Ele recebe visita dele mesmo quando criança, e a convivência vai mudar seu comportamento. Para melhor, como o espectador já sabe há muito. Mas esta fórmula aparentemente simplista tem charme e bom humor, evita as armadilhas mais açucaradas e acaba agradando. Willis devia cultivar mais a comédia.
O Homem Sem Sombra Muita pirotecnia para embrulhar um roteiro inexpressivo. O diretor Paul Verhoeven tropeça pela terceira vez seguida depois de Showgirls e Tropas Estelares e não retoma aqui a originalidade de Instinto Selvagem e Robocop. A consistência do argumento, a influencia de H.G. Wells, tudo aqui é invisível. Menos a parafernália digital, que confirma a fórmula do novo milênio: muito engenho, quase nenhuma arte.
DivulgaçãoQuando Tudo Começou:cinema ágil e didático
Quando Tudo Começa Ágil e didático, urgente e necessário, o cinema de Bertrand Tavernier é aquele que cabe no rótulo social na medida certa. Uma escola. Pais, alunos, professores, problemas, dificuldades. Não desesperar, não recuar. Uma profissão de fé no homem que não se entrega e no cinema sem artifícios, a serviço comunitário.
DivulgaçãoRevelação:viagem arrepiante que prende o espectador
Revelação Harrison Ford parece menos à vontade que Michelle Pfeiffer nesse filme que decola para uma viagem arrepiante, mas com um questionável repertório de sustos. Mesmo assim, mantém o clima e ritmo que deixam retesada ao máximo a vigilância do espectador.
Feitiço do Coração - Comédia inofensiva e com dose certa de charme sobre romance entre viúvo recente e mulher com coração recém-transplantado. Adivinhe de quem é o coração. O grande veterano Carrol OConnor faz um avô irlandês que vale o ingresso. No fundo, filme para dar mais vida às campanhas de doação de orgãos.
Mar em Fúria A tempestade é assombrosa, graças ao departamento digital da Warner. O som e a fúria do mar acabam compensando a inconsistência da dramaturgia. Não faltam clichês proféticos para esta pescaria mal-sucedida.
Eu, Tu, Eles O cinema brasileiro tenta recuperar espaço no mercado interno com a história picante e muito bem contada do quarteto amoroso formado por dona Darlene e seus três maridos. Elenco afiado, direção segura do jovem Andrucha Waddington.
O Patriota Épico de Roland Emmerich, ambientado em 1776, na Carolina do Sul. Mel Gibson é Benjamin Martin, ex-combatente que se vê obrigado a voltar à guerra ao lado do filho onde lidera um exército destemido contra tropas britânicas. O filme bem que poderia ser batizado como A Apologia da América. Em duas horas e quarenta de duração, o que não faltam são bons sentimentos, valores heróicos e personagens perfeitos.
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