A pressão de sediar uma Copa das Confederações parece ter invadido as emissoras de tevê. Apesar de manter um velho formato, escalando um locutor, um famoso ex-jogador e terceiros e quartos elementos para as mais diversas análises técnicas e táticas, a maior preocupação é a tentativa de inovar o jeito de transmitir tudo que acontece na chamada "zona do agrião" ao espectador.
Pela primeira vez, são usadas no Brasil as câmaras 4K, com definição quatro vezes maior do que o "high definition". Elas são capazes de captar o campo todo durante os jogos da competição e seu "zoom" pode ser usado com boa definição de imagem. As novas tecnologias, no entanto, não melhoraram a verborragia praticada pelos narradores.
Enquanto os locutores pecam pelo excesso de comentários, alusões a jogos antigos e perguntas constrangedoras, os ex-jogadores desempenham uma função confusa durante as partidas. Talvez pelo tempo de experiência na cabine de imprensa, Edmundo, contratado pela Band, consegue dar opiniões mais claras e fazer melhores análises do que o engessado Ronaldo. O Fenômeno, que fez sua estreia na Copa das Confederações pela Globo, parece constantemente desconfortável por desempenhar essa função.
Para discutir cada ponto das partidas, mesmo após seu término, a Globo apostou na chamada "mesa tática". Usada em programas como "Central da Copa" e "Globo Esporte", a tela de projeções holográficas exibe uma miniatura dos jogadores, visando ajudar na visualização dos esquemas táticos utilizados pelas seleções. Ainda com bom resultado estético, a Globo lançou o "campo virtual", que permite que o comentarista e ex-jogador Caio Ribeiro entre virtualmente no campo ao lado dos jogadores brasileiros – previamente escaneados e mapeados para aparecer em tamanho real.
Com o orçamento mais apertado, Band e SporTV, que também têm direito à transmissão dos jogos, não foram muito além na questão tecnológica e apresentam um resultado regular durante a exibição dos jogos.
A coisa fica feia mesmo para o ESPN. Sem o direito de transmitir as partidas, o canal apresenta uma solução inusitada para não ficar de fora da cobertura da Copa das Confederações. Sob a plataforma online ESPN Rádio, o programa "Cabeça no Jogo" mostra cinco comentaristas dando "pitacos" sobre o que é narrado através do rádio. Sem imagens e com muitas vozes, a confusão é enorme.
Outra forma usada pelas emissoras de canal aberto – Globo e Band – para aproximar do evento quem não é ligado em futebol, foi unir entretenimento e jornalismo. Na Band, Felipe Andreoli e Denilson são os responsáveis por dar o lado mais informal, divertido e engraçado dos jogos no "Deu Olé". Já na Globo, a mistura é feita em diversos programas. Finalmente engraçado após deixar a MTV, Marcelo Adnet protagonizou boas esquetes no "Fantástico", enquanto Tatá Werneck brilhou mais uma vez, agora no "Caldeirão do Huck".
A Copa das Confederações, disputada um ano antes da Copa do Mundo, é um evento teste para a maior competição do futebol mundial. Além de ser um treino para os técnicos, jogadores e seleções, é uma forma de ver se o país está preparado, se os estádios estão prontos e se as cidades-sede têm infraestrutura necessária para abrigar o maior evento de futebol do mundo. Para as emissoras de tevê não é diferente. O que der certo agora, deverá ser replicado em 2014.